"Toda forma de amor vale apena amar!"
Como cristão que sou gostaria de dizer que o Senhor Jesus nos manda/pede para fazermos tantas coisas e nós não fazemos! Dentre as coisas que ele nos pede é: não acusarmos, não condenarmos, não criticarmos, acolher a todas (os), não roubarmos, não matarmos ... O Senhor Jesus morreu por todas (os)!!! Ele nos ama do jeito que somos! Se é pecado porque ele permite que uma pessoa nasça com a tendência homossexual? Por que Ele permite que a pessoa nasça assim e sofra tanto? Porque as/os homossexuais passam por todo tipo de sofrimento, possível e impossível! Ora, a pessoa não opta por ser homossexual, ela opta em assumir ou não sua condição homossexual!
Deixemos de conveniência, de sordidez e de cretinice!! Deus manda a gente fazer tantas coisas e não fazemos, mas neste caso da homossexualidade viemos com esse discurso de que: "Deus fez homem e mulher e é assim que tem que ser" E quem prova que Deus existe mesmo? E as pessoas que não acreditam em Deus e/ou acreditam em outras divindades ou nenhuma? Serão obrigadas a viverem de acordo com o que a conveniência cristã dos crentes querem e dizem? Quanta hipocrisia!!!
Outra reflexão que faço é com o poema de Carlos Drumond de Andrade, lembrando as/aos religiosas (os) que Jesus disse: "Amem vossos inimigos!"Se devemos amar nossos inimigos, por que termos ódio, raiva, rancor, de alguém que não é nosso inimigo? Disse Jesus: "Deixo ao partir nova lei. Que vos amei uns aos outros assim como eu vos amei" Por que odiar, perseguir, magoar, machucar, ferir, ofender, maltratar alguém que simplesmente gosta de outra pessoa do mesmo sexo? São Paulo nos diz: "O amor é prestativo, não é invejoso, não é rancoroso... Tudo crê, tudo aceita, tudo perdoa... Não faz o mal a ninguém..." Portanto, AMEMOS!!! Como diz Santo Agostinho: 'Ama e faça o que quiseres!"
Amar
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia, o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave
de rapina.Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
Carlos Drummond de Andrade