Tinha
escolhido o tema da sucessão do papa para dar início ao aggiornamento (atualização)
do meu blog, am SOS últimos acontecimentos:
a morte de Hugo Chávez e do Padre Reinam, mudaram a temática de
inauguração do aggiornamento (atualização) do meu blog. Objetivo publicar
aqui minhas reflexões, análises, críticas, comentários, denúncias, desabafos
sociais, políticas, culturais, tanto os meus como os de outros autores que
tenham sempre ou eventualmente, posicionamentos ideológicos que coadunam com os
meus, enfatizo que ainda que pontualmente. O blog, os textos que publico na
maioria das vezes são um desabafo, um grito e, sobretudo, uma tentativa de se
estabelecer um diálogo e o debate de ideias com algum leitor eventual ou
assíduo.
Nesses dias,
especialmente hoje com o início do Conclave que elegerá o novo papa da Igreja
Católica, os olhos, atenção e apreensão de quase todo o mundo estão em Roma,
mais precisamente no Vaticano. Depois do nobre ato do papa, a quem muitas (os)
influenciadas (os) por uma mídia inescrupulosa e por presunçosos especialistas
em papas, vaticano..., acusavam de pedófilo, nazista, arrogante, prepotente, -
ficaram em silêncio, envergonhados e comovidos com seu exemplo de desapego,
humildade e coragem.
A renúncia
do Papa Emérito Bento XVI, não deveria surpreender.De fato o Cardeal Ratzinger,
sem ironias, parece ser afeito a renúncia, quando sente-se incapaz de realizar
um empreendimento de modo satisfatório.Isso demonstra grandeza de espírito,
reconhecer não possuir as habilidades, capacidade e competência para uma tarefa
exitosa.O mesmo Ratzinger, pediu renúncia por duas vezes do seu cargo de
Prefeito da Congregação da Doutrina e Fé (ex-Santo Ofício e/ou Tribunal da
inquisição), no papado de João Paulo II. Mas, este último não aceitou a
renúncia e em obediência ao Papa, o cardeal permaneceu no cargo.
Chama a
atenção o fato de pessoas que não sabem o que é a Igreja – estrutura e
funcionamento – se atreverem a fazerem comentários e se intitularem
especialistas em papas, vaticanos, traçarem o perfil do futuro papa. Essas
pessoas, por exemplo, insistem em afirmar que só os cardeais podem ser eleitos
papa, o que não corresponde a verdade. Qualquer cristão, leigo, engajado e que
não seja casado pode ser escolhido como papa, uma vez que é o Espírito Santo
quem escolhe o papa. Um dos papa que inclusive já renunciou, Celestino V, não
era cardeal era um monge eremita. Outro exemplo da ignorância desses
especialistas em papas ou vaticanos, é a “confusão” que fazem entre dogmas,
doutrina, normativas, disciplinamento...
É curiosa a
preocupação com a escolha do novo papa. Parece até que todas (os) seguem as
prescrições papais, quando se fala nesse assunto, surgem as apostas e os
desejos da origem do novo papa e de seu perfil. Em minha opinião se for um dos
brasileiros, não vejo avanços, pois todos para mim são conservadores. Na
verdade esse processo de escolha está uma incógnita, diferentemente da eleição
de bento XVI, da qual a nunca tive dúvida que seria o sucessor da João Paulo
II. Naquela época, admirava o cardeal Ratzinger, depois fui perdendo aos poucos
a admiração por causa de alguns posicionamentos já como papa em questões
morais, econômicas, políticas e sociais.
Essa
divergência, somado com o avanço da Renovação (Reacionária) Carismática
Católica, as posturas farisaicas do ex-paróco de Barreiras, foram decisivos
para que hoje eu não me declare mais católico.
Algumas
pessoas elegeram João Paulo II como o maior papa do século passado e acusaram
injustamente o Papa Emérito Bento XVI d éter criado algumas normas
ultrapassadas. Em minha opinião João Paulo II foi um papa omisso, que não
tocava em certos assuntos e ficava em silêncio. Por outro lado, o Papa Emérito
Bento XVI quebrou esse silêncio e por isso foi incompreendido e deturpado, mas
o que falava não era invenção de seu pontificado. Pelo contrário, era pontos de
vista que a Igreja desde muito antes de João Paulo II, sempre defendeu, mas que
nos últimos 30 anos não se falava.
A Igreja se
distanciou do mundo, das pessoas e parece ter jogado for ao rico legado do Papa
João XXIII (o Papa Bom) e do Papa Paulo VI (o Papa do Amor), que foi o aggiornamento
(atualização) convocado pelo ou no Concílio Ecumênico iniciado em 1962
por João XXIII e levado a cabo por Paulo VI em 1965, que este ano completa 50
anos.
Há quem
considere o Concilio Vaticano II um equívoco, mas quem presenciou a atuação da
Igreja antes do Concílio não pode deixar de reconhecer a profunda mudança da
presença e do jeito de ser Igreja no mundo após o Concílio Vaticano II.
A Igreja de
antes do Concilio se apresentava como aquela que esperava o Messias em um
cavalo de batalha, triunfalista, imperialista e destruidor. Com o Concílio
Vaticano II a Igreja se apresenta com a imagem do Cristo servo e sofredor.O gesto
da renúncia de Bento XVI, enfatiza esse rosto do Cristo sofredor, da Igreja que
sofre com as divisões na Igreja.
O perfil, o
lema, a tarefa e a árdua missão do novo papa, independente de nação, deve ser
essa: Aggiornamento. O novo papa deve ter como meta, o desafio de
levar a Igreja a beber novamente de Santo
Domingo e Puebla, levar à Igreja
da opção preferencial pelos pobres. Uma opção política e não apenas da
solidariedade e identidade com os pobres. O novo papa deverá levar a Igreja ao
reconhecimento do seu erro, pecado com a Teologia da Libertação e com seus
teólogos. Deve levar a Igreja a beber da/na Teologia da Libertação. Assim como
reconheceu seu erro e pecado com Giordano Bruno e hoje a Igreja bebe da
produção cientifica deste.
O novo papa
deverá reformular, ampliar e aprofundar a sua concepção de amor, suas formas e
manifestações.
Quanto as
questões do celibato dos padres, de ordenação das mulheres, isso são coisas
irrelevantes e pela irrelevância são desprezíveis.Essa é outra questão que os
pretensos especialistas em papa, igreja e vaticano emitem baboseiras.Em que
essas questões ajudará a Igreja a ajudar a construir uma nova sociedade?
Ajudará a construir uma sociedade justa, igualitária, fraterna, em suma, o
Reino de Deus aqui na Terra?
Conta-se que
certo dia no Vaticano o Papa João XXIII, se queixava da falta de ar, de luz,
dentro do Vaticano, da poeira nos móveis e da necessidade de abrir as janelas
do Vaticano, para que pudesse entrar novo ar no Vaticano, ficar mais claro,
poder olhar o mundo fora do Vaticano, enfim, olhar para o horizonte.
O próximo
papa de onde vier terá que ter como meta isso, ampliar os horizontes da Igreja.
Que venha o
papa do aggiornamento (atualização)!Acho que virá da África. Pois, o
Papa Emérito Bento XVI em seu pontificado deu muito atenção a este continente,
escrevendo uma Carta Apostólica dirigida a Igreja da África e em suas homilias
demonstrava muita preocupação, angústia com a situação de guerras fratricidas
no continente, a fome e a Igreja na África. Prefiro e aposto que vem de lá. Da
Itália é sabido que não vem por causa do envolvimento dos italianos no vazamento
de documentos secretos do Vaticano. Se for brasileiro será Dom João Braz Aviz,
bem melhor que o de São Paulo. Mas, tenho certeza que não será brasileiro.
Claudio
Roberto de Jesus