sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Eleições 2012

“Vindo a hora das lutas tremendas então mostra o teu grande valor!”


Hoje a Igreja Católica comemora o dia do glorioso mártir São Sebastião. Aqui em Barreiras é o padroeiro dos bairros de Barreirinhas e São Sebastião. As pessoas que me conhecem sabem da forte influência religiosa que possuo devido a minha participação ativa na Igreja Católica em minha infância/juventude. Hoje por questões de insatisfação com o jeito/espírito de igreja que vigora na Instituição Católica, mormente na Paróquia Catedral São João Batista que se apresenta com uma postura na minha avaliação de desagregação, sensacionalismo e sentimentalismo vazio que a lugar nenhum conduz e nem a ninguém, depois de 15 anos de participação ativa estou afastado da igreja.


Todavia, ainda encontro prazer, identificação, um encontro comigo mesmo e uma auto-realização na doutrina católica no que diz respeito a doutrina da fé. Muito embora respeite e aceite as práticas de outras religiões, sobretudo as que são tradicionalmente e vulgarmente discriminadas, perseguidas e recriminadas. Digo isso porque algumas pessoas poderão estranhar o fato de eu pertencer a um partido político que defende sem titubear um Estado democrático de direito laico.

Isso não quer dizer que defende e propaga o ateísmo e/ou que as pessoas não possam professar a sua fé. Pertenço a um partido que defende intransigentemente a liberdade religiosa, ou seja, o direito das pessoas manifestarem a sua fé. O direito de manifestar e não impor.

Pois bem, eu gostaria de fazer uma reflexão neste dia em que as/os cidadãs (aos) do bairro de Barreirinhas e não somente ai, também do Bairro São Sebastião comemoram o seu padroeiro. Diz um trecho do Hino de São Sebastião: “Vindo a hora das lutas tremendas, então mostra o teu grande valor!”

É chegado para nós cidadãs (aos) barreirenses a hora de uma luta tremenda e cada um de nós precisaremos mostrar o nosso grande valor! Aproxima-se para nós as eleições municipais. Esse é um momento de evidenciarmos o nosso grande valor, o grande valor de Barreiras. Será uma luta tremenda contra velhas figuras carimbadas da política, contra velhos discursos, velhas práticas, velhos interesses escusos consolidados, uma luta contra a máquina de moer gente, moer sonhos, dignidades... As eleições que ora se aproxima não significa e nem pode significar o fim da participação nesta luta tremenda, o ponto de chegada. Mas, o inicio da participação nessa luta tremenda.

Nós não podemos reeleger essas figuras carimbadas da política que estão há tanto tempo no poder e que são incapazes de apresentar uma contribuição efetiva, concreta a esta cidade. Essas velhas prostitutas do poder que se elegem na oposição e no outro dia já estão todos na situação, participando das reuniões da distribuição das escolas, das receitas nos hospitais.

Barreiras nunca conheceu gestor. Por isso alguns grupos oligárquicos querem ressuscitar alguns anitgos “administradores”. Barreiras teve administradores e não gestores públicos (péssimos administradores, diga-se de passagem), por isso alguns grupos oligárquicos tentam ressuscitar estes que passaram por Barreiras e trouxeram, importaram de Luis Eduardo Magalhães um modelo de administração aqui para Barreiras e agora querem importar uma vez mais um outro modelo de administração aqui para Barreiras. Essa importação de modelo de administração nesses últimos anos se revelou fracassada, falida, maléfica, nociva, ineficaz e ineficiente para Barreiras. E Barreiras não pode cometer esse mesmo equívoco. Importou em 2008 de Luis Eduardo Magalhães um modelo de administração e ano que vem não vai importar outro administrador.

Também não adiantará o discurso de que a/o nova (o) prefeita (o) tem que ter uma "janela" aberta no Planalto Central e no Palácio de Ondina. Ora a atual gestão mantém essa parceria e isso não tem significado nada de vantajoso a Barreiras, outra administrações tamb´m editaram essa parceria e não resultou em nenhum benefíico a Barreiras.

A gestão da atual prefeita, frustrou as expectativas daquelas (es) que esperavam uma verdadeira mudança na cidade e dos interesses populares. De tal forma que se em 2008: 16 anos já deu, em 2012, 20 anos não dá mais!Chega!Basta!

Dizem que o ano que vem será uma das eleições mais caras de Barreiras. Sinal inequívoco de que se uma dessas candidaturas milionárias ganharem, Barreiras sairá derrotada novamente e ficará mais quatro anos detonada.

Muitas dessas (es) que estarão nessa luta vão querer se aproximar do povo durante três meses e tão logo a eleição se encerra passarão diante do povo com os carros com os vidros fechados, escuros...

Cidadãs (aos) barreirenses a Constituição Federal no artigo primeiro diz que: Todo poder emana do povo. Infelizmente algumas figuras carimbadas da política vão tentar o ano que vem fraudar a nossa democracia, corromper a nossa democracia que já é limitada, é precária com o poder econômico, com os estelionatos eleitorais, mas haverá uma candidatura que vai apresentar ao povo, vai dizer ao povo que o poder emana do povo e não do poder do dinheiro e não do poder econômico. Então, o povo é quem vai dizer o ano que vem: Se o poder vai emanar do povo, para o povo e pelo povo ou se vai emanar do poder econômico, do poder do dinheiro. Nós sabemos que essas máquinas da velha política apesar do poder econômico que manipulam, estão desgastadas, já estão saturadas. As/os representantes deste modelo de administração, bem como a própria administração está em desuso, ultrapassado, desatualizado, falido, não responde às demandas do povo pobre da zona urbana e rural, das/dos jovens estudantes sem perspectivas de um futuro promissor, a dor das crianças, jovens e adolescentes que servem de mão-de-obra escrava do crak, tráfico e narcotráfico. Restam escombros de partidos restrito aos limites eleitorais e adaptado ao sistema. Eles têm peso como partido eleitoral, mas a transformação, a mudança, ruptura,..., esvaiu-se deles. Limitam sua dissidência a atual prefeita à disputa do controle do aparelho do poder municipal, - mas para exercerem a mesma política e a promiscuidade entre o público e o privado.

É chegado a hora de uma luta tremenda e barreiras mostrará que não é pequena, que não se vende, não se rende, não se curva aos caprichos deste grupo que insiste em deixar Barreiras parada no tempo. Barreiras irá mostrar o teu grande valor.



Claudio Roberto de Jesus

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Novo Ano de Esperanças

*Por Heloisa Helena

Chegamos em 2012... para uns 2011 passou rápido demais e para outros muito demorado em tanto pesar! Mas – distanciados ou não em diferenças teológicas ou culturais – acabamos irmanados num certo simbolismo de reflexão sobre caminhos percorridos durante o ano que passou ou sobre o sentido verdadeiro deste nosso rito de passagem no renascimento do Menino Jesus no Natal. Nesse período identificamos dos ensinamentos ancestrais sagrados de belos valores espirituais até a disputa comercial entre burocracias religiosas na propagação da fé e a voraz hegemonia do consumismo desvairado como norma propagada e vergonhosamente incorporada por muitos.

O Natal para ser celebrado verdadeiramente nos obriga a pensar ao menos em certas circunstâncias do nascimento e da vida de Jesus... Quando as línguas ferinas e maldosas serpentearem para a fofoca vulgar contra algumas mulheres lembrem de Maria e de tudo que ela deve ter sofrido em terríveis e cruéis preconceitos... Quando a ostentação vulgar da riqueza material for mais sedutora do que a honestidade, a honra e o bom caráter pensem na simplicidade de José e da manjedoura... Quando a busca desvairada pelo poder impregnar sua alma em hipocrisia, corrupção e mentiras lembrem de que o menino que celebramos estes dias foi o homem iluminado que enfrentou e condenou esse tipo de poder também com um chicote nas mãos... Quando as crianças nas ruas e sarjetas se mostrarem destroçadas pela miséria humana das drogas e violência lembrem que ali naqueles pequenos corpos em escombros está verdadeiramente o Reino de Deus... Quando olhares com desdém e ironia um pequeno cachorrinho indefeso ser humilhado e espancado até a morte lembra que o Jesus que glorificas nasceu num pequeno abrigo de animais... Quando ousares humilhar, apedrejar e matar alguém - pela cor da pele, pelas formas de amar, pela religião que testemunha, pela extrema pobreza material em que vive - é essencial lembrar também das difíceis escolhas feitas na vida por Jesus...

Tomara Deus nos possibilite todos os bálsamos espirituais para minimizar a dor intensa em tão profundas feridas humanas e que as nossas cicatrizes de batalhas e derrotas nos auxiliem a reencontrar a coragem para novas e honradas lutas... Tomara Deus console as nossas perdas de grandes amores perdidos que se foram vítimas de doenças evitáveis, da violência, dos suicídios, do sofrimento mental, das mutilações físicas e afetivas... Tomara os Anjos do Senhor nos ajudem a enfrentar as tempestades da vida mesmo quando nossas fraquezas imensas nos deixarem perdidos náufragos entre destroços em alto-mar... Tomara os que já perderam a fé na vida possam escavar suas próprias ruínas e encontrar tesouros escondidos de coragem, solidariedade, esperança...

Feliz Natal de todos os dias e um Novo Ano de Saúde, Paz, Lutas e Poesias... e muitas Sementes de Esperanças para serem compartilhadas e cuidadas mesmo no solo árido de imensas injustiças sociais e banditismo político em nossa querida Alagoas e no Brasil!

sábado, 7 de janeiro de 2012

ENEM

Justiça dá a três alunos acesso à redação do Enem


Três estudantes do Rio de Janeiro conseguiram na Justiça o direito de ter acesso às suas redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) corrigidas. As decisões ainda garantiram direito de revisão da nota, caso seja comprovado erro. Os três, todos vestibulandos de Medicina, discordaram da avaliação que tiveram.

Dois estudantes já receberam do Ministério da Educação (MEC) cópia das redações corrigidas. Um deles tirou zero porque, segundo os corretores, teria fugido ao tema da proposta da redação.

"O aluno é exemplar e, na opinião de vários professores consultados, não fugiu do tema", disse o advogado Diogo Rezende de Almeida, que defende os três estudantes. Os outros dois inscritos reclamam de terem tirado notas baixas, distante do perfil deles.

O estudante Gabriel Botelho Bastos Zaverucha, de 18 anos, recebeu pela redação 480, em uma escala que vai até mil. "Sempre estive acima da média em redação. Parece que ninguém leu o texto", diz ele, aluno do tradicional Colégio Santo Agostinho.

Zaverucha encaminhou cópia da correção para dois professores. "Os dois dariam 800 pontos, no mínimo". Com essa nota, o estudante calcula que conseguiria ser aprovado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

No entendimento da juíza de plantão Márcia Maria Nunes de Barros, da Justiça Federal do Rio, o "receio de dano irreparável ou de difícil reparação é evidente".

As decisões foram tomadas com urgência, pois as inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que reúne a oferta de vagas pelo Enem, abrem sábado (7). As informações são do jornal "O Estado de S.Paulo".


Justiça diz que redação do Enem de aluno que teve nota revista para 880 precisa ser mostrada

A Justiça Federal em São Paulo reforçou hoje (6) o pedido para que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) apresente a cópia da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do estudante que teve sua nota revisada esta semana.

A prova do candidato de São Paulo tinha sido anulada, mas, após a concessão de uma liminar pela Justiça para que ele pudesse ter acesso à correção, o Inep alterou a nota de zero para 880 pontos.

Após a determinação para que o órgão apresentasse uma cópia autenticada da prova de redação do estudante, no prazo de cinco dias, a Procuradoria Federal do Inep encaminhou à Justiça Federal em São Paulo um pedido de reconsideração da decisão. No ofício, o instituto informa que houve “ocorrência de erro material quando da correção das provas de alguns alunos participantes do Enem, dentre as quais a redação do próprio impetrante, que teve sua prova devidamente corrigida e a nota consequentemente alterada”.

O Ministério da Educação (MEC) alegou que está dentro do prazo para apresentação da cópia da prova e considera que o caso foi resolvido com a nova correção da redação do aluno. No Rio de Janeiro, a Justiça Federal concedeu a pelo menos três alunos o direito de pedir a revisão da nota da redação do Enem, o que não é previsto no edital. Até o momento, o caso do estudante de São Paulo foi o único em que houve alteração da pontuação.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O contexto africano nas relações internacionais


Por Rafael Balseiro Zin


Em artigo recente sobre o continente africano e as relações internacionais, Sebastien Kiwonghi, um renomado especialista, argumentou que as consequências da descolonização na África são muitas, considerando em primeiro lugar a questão das fronteiras classificadas de “artificiais” por separar, às vezes, povos da mesma língua e da mesma cultura. Além disso, do ponto de vista econômico, os novos Estados são fracos e precisam ainda das metrópoles para sua sobrevivência, bem como na área securitária. Mais adiante, propõe que as outras consequências se referem aos conflitos territoriais oriundos da busca de hegemonia de alguns países com a pretensão de anexar alguns territórios ricos em recursos naturais. Contudo, esses argumentos todos evidenciam um cenário complexo em um continente que desperta a curiosidade de estudantes e pesquisadores e que evidencia, antes, um grande desconhecimento por parte da população em geral sobre as novas possibilidades de atuação da África no contexto político mundial, que se anunciam nesse início do século XXI.


Novas perspectivas


O continente africano vive hoje novas perspectivas com relação às possibilidades de inserção nas relações internacionais. No entanto, os países que compõem o bloco possuem uma série de dilemas e conflitos que dificultam sua atuação quando o assunto é política externa. E esse fenômeno se comprova por inúmeras razões. Ao mesmo tempo em que ocorre um avanço gradual nos processos de democratização dos regimes políticos – mesmo sabendo que partidos políticos são raros e que a autorrepresentação prevalece – há uma concentração de conflitos armados internos. Mesmo vivendo hoje um forte crescimento decorrente das políticas macroeconômicas, a África ainda é palco de uma dicotomia latente entre uma elite fortemente abastada e uma população um tanto empobrecida. Isso tudo, consequentemente, evidencia uma série de contradições intrínsecas ao continente africano. Em outras palavras, é possível dizer que, mesmo com grandes avanços, a África ainda é refém de questões internas e que são empecilhos que podem e precisam ser solucionados para uma maior e melhor atuação no contexto internacional.


Comparações

Nos países que compõem o continente africano persiste, ainda hoje, uma ideia concreta de que nunca serão bons o suficiente. Isso, pois, existe uma constante comparação com o mundo ocidental – em parte reflexo do complexo colonial bastante presente no continente. Não obstante, a enormidade de matrizes etno-religiosas é um agravante que impinge as marcas da oralidade e da pluralidade na cultura africana. Além disso, em sua grande maioria, são países que funcionam com redes pessoais e de lealdade. Outro fator complicador é a maneira como os países se apresentam nas grandes questões internacionais. Mesmo tendo alguma representatividade na ONU, acabam por não exercer forte influência nas decisões internacionais, com o objetivo de não entrar em conflito direto com os demais países que, porventura, possam se tornar futuros parceiros políticos e econômicos. Em linhas gerais, todas as características aqui elencadas mostram os atuais e principais dilemas que atravancam a inserção internacional africana.


Potência africana


No Brasil, especificamente, existem dois eixos centrais que permeiam o relacionamento com o continente Africano e que devem ser observados. Por um lado, temos a interpretação dominante dos meios de comunicação de massa, de uma parcela de empresários duvidosos e de alguns setores do universo acadêmico que falseiam uma imagem constantemente trágica e inelutável e que subjulga a potência africana. Por outro, no âmbito de Estado e das relações internacionais, temos uma crescente relação comercial em setores como o de energia, tecnológico-científico e agrícola. De qualquer maneira, no Brasil ainda se mantém uma errônea ideia a respeito do futuro do continente africano com base em argumentos enviesados e que se repetem com certa regularidade. Os meios de comunicação de massa, por exemplo, insistem em criar a imagem de uma África ditatorial e inerte aos problemas sociais de seus países. O setor empresarial brasileiro, mesmo acumulando ganhos comerciais nas relações entre Brasil e África, ainda duvidam das possibilidades comerciais com o continente de forma mais duradoura. Isso se torna um problema, ao mesmo tempo em que é parte de um processo crescente de parceria e cooperação internacional. E essa contrapartida pode ser observada na atual conjuntura entre os dois países. O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a ter embaixadas na África. Além disso, a Embrapa, por exemplo, tem realizado um importante trabalho de auxilio na implantação de novas tecnologias agrícolas, o que permite maior autonomia na produção interna e fortalecimento do continente frente ao contexto global. De modo geral, é possível afirmar que o grande problema brasileiro com relação aos países africanos é que as tragédias e genocídios ainda são mais evidenciados do que as experiências de estabilização e crescimento econômico possibilitadas, inclusive, pela cooperação do Brasil com o continente africano.


Autoconfiança

Atualmente, no contexto das relações internacionais, a África caminha mais autoconfiante – fato este que traz novas possibilidades de atuação política externa. Mesmo tendo, ainda, baixa representatividade mundial e mesmo mantendo certa dependência direta dos países europeus (e agora da China), apesar do grande número de países que compõem o continente, as recentes iniciativas políticas internas e culturais chamam a atenção da comunidade estrangeira para o renascimento africano. Até porque, a África em números não é pouca coisa. Estamos falando de aproximadamente um quarto da superfície do planeta, com um território de 30 milhões de quilômetros quadrados e cerca de 10% da população global e que deverá dobrar até 2050. Dessa maneira, a África vem sendo escolhida como parte das prioridades para novas áreas e carteiras de empréstimos do Banco Mundial. Não obstante, agentes internacionais econômicos e estratégicos querem dividir cada vez mais seus balanços e projeções, a fim de alcançar novos mercados para a expansão da economia mundial. Essa conjuntura, portanto, mostra que existem razões para o otimismo em todas as regiões da continente, o que revela a existência de uma África em crescente internacionalização e nada marginal.


Rafael Balseiro Zin cursa Sociologia e Política na Escola de Sociologia e Política de São Paulo

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