quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

E amar o que é?


Cláudio Roberto de Jesus em Maria L. C.
Barreiras, 05 de agosto de 2003.


Durante séculos, milhares e milhares de pessoas vem se doando a este sentimento nobre. Inúmeras são os que morrem por amor, os que norteiam sua vida pelo amor, os que criam postulados sobre o amor,... Ah! Também há os que até matam por amor, os que, - aos olhos do mundo –, estranhamente amam pessoas do mesmo sexo, os que amam pessoas de idade “desproporcional” à sua, os que amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Os que convivem com a pessoa que escreveu este escrito que o diga.
Mas, afinal de contas amar o que é?
Lamentavelmente, ninguém soube defini-lo.
Houve quem dissesse: “O amor não cansa e nem se cansa”; “Somente para amar foi feito o coração”; “Minha vocação é o amor”; “Quem bem ama, bem castiga”; “Amar uma pessoa é dizer-lhe: Tu, tu nunca morrerás nunca”; “Ama e faze o que quiseres”. Porém, ninguém descobriu a composição química ou não, do amor, ninguém descobriu por que as pessoas amam!
Contraditoriamente, mesmo não sabendo falar plausivelmente do amor, as pessoas só sabem amar, e amar demais, amar sem saber que estão amando, e as pessoas que amam também não sabem que estão sendo amadas.
Pobre coração o dos apaixonados! Infelizes os que dizem: “Eu te odeio!”, não sabem eles que esta é a maior prova do amor pela pessoa supostamente odiada. Na psicologia moderna isso é chamado de mecanismo de defesa. Enganados estão os que pensam poder brincar com o amor, pois brinca-se de fazer amor, mas como o amor não se brinca, ele é quem brinca com a gente. Afinal de contas, tudo começa apenas com uma brincadeira.
Apesar deste período de confusão e distorção que a vida social, ética, moral e sentimental, vem atravessando, é indubitável afirmar que o amor continua existindo, e é gostoso não apenas senti-lo, mas também proclamá-lo, aliás, as pessoas sentem necessidade de exprimi-lo de público, este escrito manifesta e evidencia mais claramente isto que é dito. Contudo, a pergunta que não quer calar, continua: E amar o que é?
O amor parece ser relativo. Quando se está triste, magoado, ofendido e ferido, diz-se que: Amar é sofrer!; quando se está feliz, diz-se que: O amor, é a pessoa que nos proporciona a felicidade!; quando se está solitário e com saudades, diz-se que: Amar é pensar na pessoa amada tão alto a ponto de escutá-la e senti-la mesmo na distância da pessoa amada!; quando se é perdoado, diz-se que: Amar é perdoar!; quando se tem liberdade, diz-se que: Amar é ser livre!
Enfim, sendo o amor um mistério insondável a pergunta que há séculos não quer calar, persistirá. Até quando? Isso ninguém talvez saberá! O amor é como Deus, ou melhor, é o próprio Deus, e de Deus não podemos falar tudo o que Ele é, mas tudo o que ele não é!
Pior do que não amar é ser mal amado!
“Amar – muitos disseram – e várias rosas floriram, embalsamando a tarde melodiosa no canto mais oculto do jardim, mas seu perfume não chegou a mim” (Carlos Drumond de Andrade)

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