Estou na TV, logo existo!
Os “moralistas” de plantão, ou melhor, os falsos moralistas estão no limiar de criarem o seu sindicato. O motivo são os ridículos programas, que ultimamente vêm sendo veiculados pelas emissoras de TV do Brasil, sobretudo os programas de auditório e de realite show. Afinal de contas a televisão foi criada para um fim mais nobre!
A pioneira nos programas de realite show no Brasil foi o SBT, com o programa Casa dos Artistas, protagonizado por artistas famosos. Esse programa foi copiado de outro programa internacional, para variar. E, como na TV nada se cria, tudo se copia, a idiotizadora / idiotizante Rede Bobo lançou o Big Brother Brasil, que se encontra na décima edição. Ah, agora tem também a tal da Fazenda na Rede Recópia.
Esses programas Casa dos Artistas, Big Brother Brasil e Fazenda têm provocado reações diversas no Brasil. Por um lado, as pessoas de poder aquisitivo maior e que ao menos teoricamente possui um ensino melhor, ao invés de discutirem quem vai ganhar esses programas, como fazem as pessoas de baixo poder aquisitivo e que ao menos teoricamente, não possui um grau muito elevado e qualificado de instrução, discutem a contribuição que esses programas trazem para as pessoas, ou os malefícios dos mesmos. Destaca-se entre aqueles que questionam esses programas alguns críticos ou falsos moralistas.
Antes de prosseguir com o texto, é de suma importância dissipar toda e qualquer sombra de dúvida a respeito do que foi falado acima. Não se pode generalizar que as pessoas que teoricamente possui um ensino melhor, sejam totalmente contra esses programas, até mesmo porque a maioria dos participantes desses programas geralmente são da classe média alta. Até mesmo porque a pessoa que escreve este texto não é da classe média alta, pelo contrário faz parte daqueles que possuem um baixo poder aquisitivo. Sendo assim, está desfeito qualquer eventual mal entendido, baixo poder aquisitivo, não é sinônimo de pouca e desqualificada instrução, e, nem poder aquisitivo maior é sinônimo de elevada e qualificada instrução.
Todavia, nós temos que convir que são as pessoas de baixo poder aquisitivo quem garante o sucesso e lucro desses programas. Preste atenção nas chamadas que Rede Boba de Televisão faz, sobre o BBB, nas pessoas que elas entrevistam!
Como nunca se falou tanto em moral, ética, censura, informação, privacidade, cultura, etc,..., como nos dias de hoje.
Programas como Casa dos Artistas, Big Brother Brasil e Fazenda, não estimulam o pensamento, não informam, nem sequer representam a realidade. Mas, não só de pensamentos, informações e realidade, vive o homem. Estes programas, estão apenas elucidando e manifestando mais claramente esse pensamento.
Pena, que só agora isso está sendo percebido!
Pena, que o alvo das críticas acerba e maldosa, dos falsos moralistas, sejam as pessoas erradas – os empresários e donos das emissoras enquanto que o alvo de suas censuras deveriam ser os participantes (protagonistas, colaboradores,...) desses programas, os telespectadores (lenientes e morosos) do mesmo, e, eles próprios, os críticos e falsos moralistas.
E por falar em alvos de críticas e censuras, uma pergunta tomou conta de muitos: “O que leva um cidadão a não preservar sua intimidade?” Ah! sim, é a busca desenfreada de aparecer na TV, de conquistar a fama, é a busca de status. É a copiação da vida medíocre dos norte-americanos, numa busca frenética e desnecessária de popularidade.
Mas, foi rebaixando-se que muitos artistas, atores e outros famosos, chegaram onde estão hoje. Como exemplo, lembremos de Carla Perez, Dercy Gonçalves, Xuxa,... Eis a formula. Mas, não é em qualquer lugar, que se deve e pode tentar a “promoção social”. Tem que ser no melhor e mais eficiente local ou lugar para tanto. E, qual local melhor do que a TV? Ah!estar na TV e logo existir! Mesmo que seja a preço de banana, a troco de nada, sem ter nada a dizer, nenhuma habilidade a demonstrar,... Eis o programa supremo da existência humana: “Estou na TV, logo existo!”
Ainda sobre o que deveria ser os alvos das criticas e censuras dos falsos moralistas. O que será que garante tanto sucesso a esses programas? Não será, porventura, os telespectadores, e, coisa estranha, os falsos moralistas também aqui, estão incluídos.
São eles e somente eles, que estão lá, defronte à TV, de “antenas ligadas”, fielmente assistindo e torcendo para verem um cena de sedução e de triângulos amorosos.
Como se fosse a primeira e a derradeira vez, que aquilo acontecia. Até parece que não estão acostumados a verem, exaltarem, ovacionarem, etc,..., os que assim o fazem nas novelas, filmes pornográficos, com as mulheres que pousam nuas para as revistas masculinas,...
Por sua vez, os telespectadores, com certeza dariam tudo para estar na TV, e conseguir o seu minuto de fama. É com esse intento, que eles assistem esperançosos estes programas.
Será que há só perdas em tudo isso? Não. “Todos” ganham, como toda “sociedade capitalista” que se preze, há os que ganham mais e os que ganham menos, ou nada.
Os telespectadores, - isentando a classe dos falsos moralistas -, ganham o prazer, - por muitos considerado indevido -, e, o que é melhor, atualizam os eu “almanaque da vida alheia”. Sabendo quem está namorando, quem fez sexo com quem, etc,... Mas, vale salientar que isso vale mais no programa Casa dos Artistas e Fazenda, protagonizado, por pessoas que tiveram que fazer o que os participantes do Big Brother Brasil estão fazendo.
Disputa acirrada mesmo, está entre os participantes desse programas e os falsos moralistas. De um lado, os participantes, fazendo aquele papelão, que se vê nas câmeras, assumindo e reproduzindo fielmente seu mau caráter e sua falta de personalidade. Nisso os programas têm êxito, mostrando quem realmente são as pessoas. De outro lado os falsos moralistas, com seus artigos “farisaicos”, almejando serem convidados por alguma emissora de TV, a dar a sua opinião sobre o programa, e assim, estar na TV, e logo existir.
Indubitavelmente, quem mais ganha são as emissoras, com audiência, dinheiro, etc,...
Há, também, os que tiram casquinha, ou ficam com as sobras, são os colunistas (fofoqueiros), revistas do mesmo estilo, etc,...
Cláudio Roberto de Jesus.
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