sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Orgulho de ser baiano: O meu amor e o meu xodó é a Bahia!
Criou-se uma expectativa em Barreiras em torno da Mobilização em prol da Criação do Estado do Rio São Francisco, a realizar-se amanhã. Gostaria de expor dois fatos ocorridos comigo esse ano para em seguida tratar da idéia irresponsável de divisão da Bahia.

O primeiro episódio foi mais ou menos no início desse ano quando indo para o trabalho me deparei com voluntários do Instituto Plínio Correa de Oliveira, - organização essencialmente reacionária da Igreja Católica da Tradição, Família e Propriedade – TFP – quando um dos voluntários se aproximou de mim e pediu-me para assinar o abaixo assinado a ser entregue no Congresso Nacional visando “proibir” a união homossexual e a legalização do aborto. Eu respondi que era contra a legalização do aborto e a favor da união homossexual. Como essa não era resposta que ele queria ouvir, o voluntário virou-me as costas e saiu, sequer argumentou ou quis argumentar, pois só servia para ele se fosse ouvir o que lhe agradava, ainda que infundadamente.

O outro episódio se refere a divisão irresponsável da Bahia, um dos voluntários dessa comissão aproximou-se a mim e pediu-me para assinar o abaixo-assinado em favor da criação do Estado do Rio São Francisco, quando eu respondi que não era e não sou favorável a criação ele irritou-se e começou a sair. Cheguei a perguntá-lo: Criar um estado para quê? Mas, como a minha postura não era a que ele queria, ele saiu irritado, não dialogou, não conversou, não debateu, não respondeu, não justificou...

Relato esses fatos simplesmente para demonstrar como as pessoas não estão disponíveis a um debate de idéias. Há algum tempo postei em um site de um dos jornais daqui de Barreiras a pergunta: Por que criar um novo estado? Para que criar um novo estado? Alguém tem justificativas plausíveis para essa criação? Até hoje não fui respondido. Tenho observado que algumas pessoas com mais capital cultural, tipo alguns professores da UFBA, se posicionam contra essa criação, ou pelo menos questionam a necessidade dessa criação.

Qual a reação a essas posturas? Comentários desrespeitosos tipo algumas insinuações de que eles são forasteiros e etc e tal...

Se dissermos o que os componentes dessa divisão irresponsável da Bahia não querem ouvir, é ridicularizado, serve como piada, chacota, execração pública... Basta ver o tratamento que será dado a esse texto.

Pois bem, eu tenho a tranqüilidade de dizer que sou veementemente contra a criação que chamo de estapafúrdia, esquizofrência e irresponsável do Estado do Rio São Francisco.

Sou contrário à divisão do estado da Bahia! A tese de que os problemas da região oeste são decorrentes do tamanho do estado não se sustentam e na verdade tentam desviar a atenção para os reais motivos da questão, seja dos problemas como dos interesses por detrás daquelas (es) que defendem a criação. A verdade é que o abandono do interior é fruto das políticas aplicadas pelos governos estaduais anteriores e o atual, que se pautaram e ainda pauta por priorizar o agronegócio predatório e o desmatamento, abandonando nosso povo, inclusive a própria região metropolitana, à sua própria sorte.

Dividir não vai resolver o problema! Além disso, diversos estudos comprovam a inviabilidade econômica da divisão. Isso é uma irresponsabilidade! O povo é quem vai ter que pagar as contas, mais uma vez! Os novos estados já nasceriam deficitários, o que obrigaria a elevação da já altíssima carga tributária em todo o país!

Eu não poderia deixar, neste momento em que interesses sólidos, uma vez mais lançam uma investida para ludibriar o povo simples, trabalhador, marginalizado, excluído, segregado, estratificado, de explicitar minha posição com toda a coragem, com toda a ousadia que é peculiar da minha personalidade e da minha trajetória política.

Ainda, eu tenho a tranqüilidade, de dizer que, na história da Bahia, a trajetória política dos políticos deste Estado, os governos que se sucederam são os grandes responsáveis pelo sentimento de separação que uma parcela significativa da população tem nessa região; um Estado com um patrimônio econômico, um potencial hídrico, um potencial energético, um potencial mineral, um Estado que dá inveja para qualquer país do mundo, um Estado capaz de sustentar economicamente e financeiramente todo o povo brasileiro se os olhares do Governo Federal também tivesse se voltado para aqui ao longo dos anos.

E aqui devemos perguntar: Ao lado de quem todas essas figuras políticas que hoje levantam a bandeira da criação sempre estiveram? Alguns ainda estão. Todas essas figuras políticas que hoje fazem essa agitação em torno dessa criação, sempre foram favoráveis a essa criação? O que as fizeram mudar de opinião, o que as convenceram da necessidade dessa criação?

A nossa região é uma região abandonada, é uma parte do Brasil que vive do flagelo, que vive do desespero do trabalho escravo, - estão aí os casos nesta semana em Riachão das Neves -, que registra altos índices de mortes no campo. Tem os piores índices educacionais e os piores índices de desenvolvimento humano. Tudo isso nos envergonha, e esse sentimento, lamentavelmente, tem tomado conta dos corações e das mentes, de uma parcela da população.

Alguns poderia dizer que sou corajoso por declarar-me contra a criação do estado. Mas, não, os outros é que são covardes. Os outros é que não têm coragem de explicitar sua posição, seus interesses que nada tem que ver com a melhoria de vida do nosso povo.

Eu sou contra a divisão do Estado. E não tenho medo de dizer porque tenho argumentos, tenho estudado, tenho buscado me informar. Eu não quero deixar de ser baiano porque nasci na região oeste do outro lado do Rio São Francisco. Eu não quero sentir e nem quero que nenhuma/nenhum cidadã (ao) do meu Estado se sinta menor porque historicamente foi violentado com a falta de políticas públicas. Eu quero dizer, que alguns se acovardam e estão atrás da sua posição, com medo de perder o eleitorado, porque ontem estavam no poder e hoje não estão mais no poder. Não estou escrevendo e publicando este para mentir, para ser subserviente a ninguém, estou escrevendo e publicando este para defender o que eu acredito, para defender melhores condições de vida para mim e, sobretudo, o povo do meu Estado, UM ESTADO RICO QUE, ENQUANTO TIVER POLÍTICOS QUE SAQUEIA OS COFRES PÚBLICOS DO ESTADO, NÃO VAI TER CONDIÇÕES DE VIDA: NEM DIVIDINDO, NEM SEPARANDO E NEM JUNTANDO O ESTADO.

É uma falácia achar que criar Estado e Município reforçam a Federação, melhora a vida do povo. Não necessariamente. Se fosse assim, a Lei de Terras, de 1850, teria, por exemplo, melhorado a distribuição fundiária no País; e pelo contrário, ela concentrou.

A DIVISÃO DA BAHIA NÃO RESOLVERÁ OS PROBLEMAS DO POVO! A Bahia e conseqüentemente todos nós vivemos a ameaça da divisão. A divisão da Bahia não resolverá os graves problemas do povo baiano. Ao contrário, poderá agravá-los ainda mais, porque se pretende manter e aprofundar nesta nova unidade federativa o mesmo modelo excludente e devastador que está na raiz das mazelas sociais existentes em nosso Estado.

Por outro lado, reconheço que o desejo de separação é motivado pelo sentimento do mais completo abandono, por parte dos governos (PFL e PT), ao qual todas/todos estas/ estes que hoje dizem defender a criação do estado para melhorar a vida do povo, sempre estiveram e/ou estão unidas (os). A Bahia é um estado rico, de povo pobre. São milhares de pessoas vivendo na mais absoluta miséria. Além disso, as políticas públicas de saúde, saneamento, educação, segurança, transporte e infraestrutura não atendem às mais elementares necessidades da população, TANTO DA CAPITAL, QUANTO DAS REGIÕES MAIS DISTANTES. Enfim, é evidente também que poderosos grupos econômicos e políticos estão por trás da proposta separatista. E isso não é de graça de forma desinteressada.

É neste contexto que boa parte da população destas regiões é a favor da separação, esperançosa de que o abandono tenha fim. Muitos acreditam que a miséria tem origem no tamanho do estado. Se assim fosse, estados como Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro seriam verdadeiros paraísos. Estou absolutamente convencido de que a questão não é geográfica, mas política. Não é verdade que a capital do estado fique com as “riquezas” provenientes do interior. Salvador é uma cidade pobre, que ainda padece de muitas mazelas sociais.

Quem fica com o dinheiro são as grandes empresas, as oligarquias e os corruptos, que desviam dinheiro público para suas contas milionárias, vide a megaoperação da PF contra sonegação ocorrida na última quarta-feira dia 17/08/2011 que confiscou até uma ilha na BA.

A divisão, além de não resolver efetivamente o abandono, vai custar muito caro aos cofres públicos. Serão bilhões de reais ao ano. Dinheiro que poderia ser usado em políticas públicas e obras para o povo.

Essa criação do Estado não é para melhorar a vida do povo, mas apenas melhorar a vida de algumas famílias e das/dos amigas (os) dessas famílias: Pedrosas/Moreira, Oliveira e Barbosa. É apenas para se criar mais uma oligarquia, aristocracia no Brasil. Mal, o estado saiu – espero que não saia – e já tem governador/governadora. Isso é melhorar a vida do povo?

Pergunto: O que essas figuras políticas que hoje defendem a divisão da Bahia, todas/todos elas/eles com mandatos eletivos de prefeitas (os), vices, deputadas (os) estaduais e federais fizeram de concreto em Barreiras, Luis Eduardo Magalhães, São Desidério, Formosa do Rio Preto, Riachão das Neves... para viabilizar a criação do Estado? Eu respondo: Nada!

É sempre assim, quando elas/eles estão no poder são contra a divisão, quando não estão no poder são a favor.

As pessoas costumam apresentar a criação do Tocantins como modelo de sucesso, mister é, dizer que a criação do Tocantins se deu em outro contexto histórico e político. Um período de reestruturação/reforma política/administrativa, redemocratização, de constituinte. Um contexto totalmente contrário ao que vivemos hoje. Período em que a crise do Capitalismo que a mídia dava como superada se mostra viva e cada vez mais feroz e nociva ao povo pobre. Nesse sentido é uma irresponsabilidade criar um estado nessas condições.

Por fim se estamos organizados ou dispostos a nos organizar para dividir a Bahia, - e não estamos - porque não nos organizarmos e disponibilizarmos para exigir a presença, ação do Estado em nossa região? Eis os motivos:

A Bahia a despeito de toadas as mazelas que é vítima, é a oitava maravilha do mundo e Barreiras a nona maravilha do mundo!!!

Todo brasileiro é baiano, pois foi na Bahia que o Brasil nasceu!

A Bahia é o nosso amor e xodó! Bahia que não nos sai da cabeça! A Bahia de Caetano, Gal Bethânia, Gil, Jorge Amado...E alguém pode dizer, mas eles moram no Rio de Janeiro. E eu retruco a Bahia de Vinícius de Morais o carioca, mais baiano!

Só tem orgulho de ser baiano quem luta pela Bahia. Por isso se você é contra a criação irresponsável de um novo estado faça parte do Movimento Orgulho de ser Baiano. A Bahia não se divide! Não vamos criar palácios para quem tem amor ao poder!

Vamos entra na onda ou criar o movimento ORGULHO DE SER BAIANO?



CLAUDIO ROBERTO DE JESUS

quinta-feira, 18 de agosto de 2011












*Por Heloisa Helena

Os velhos humanistas espanhóis propagavam em belo enunciado que as leis ao serem aplicadas deveriam ser flexíveis para os fracos, firmes para os fortes e implacáveis para os contumazes. Na realidade, dos nossos tristes e violentos dias, os fracos enfrentam o rigor das leis ou a própria barbárie em que eles estão inseridos enquanto que os poderosos e contumazes sempre conseguem usufruir da flexibilidade da legislação e das benécias do poder para consolidar a vergonhosa impunidade. Vez ou outra – tipo um em um milhão – é que um desses poderosos é condenado até para salvaguardar o próprio sistema e sua podridão! Em outro texto – antigo e bastante atual – o Pe. Antonio Vieira alertava que até Jesus tratava de forma diferenciada o ladrão pobre do ladrão rico… Para Dimas – pobre e por isso mesmo crucificado com Ele e que nada tinha a restituir – o perdão imediato em “Estarás comigo hoje na Casa do meu Pai!”… Para Zaqueu – rico não por trabalhar, mas por muito roubar – o perdão só veio mesmo quando ele se assumiu como ladrão e se comprometeu a restituir quadruplicado o que tinha roubado! O texto é de 1655, mas muito atual ao mostrar a metodologia dos “príncipes” que conjugam de todas as formas e modos o verbo roubar e costumam não restituir o dinheiro público vorazmente roubado e até ousam restituir aos cargos aqueles igualmente mal acostumados na conjugação do tal verbo. Segundo o referido Padre vão todos para o inferno e eu sempre fico a me perguntar se haverá braseiro suficiente pra tanto político cínico e ladrão… por isso prefiro lutar para que essas excelências delinqüentes sejam devidamente condenados, como manda a legislação em vigor no país, na experiência terrena mesmo!
Mas analisemos a situação concreta – e alternativas de reversão – de quem está sendo cotidianamente condenado de forma implacável, sem julgamento, sem conhecimento das motivações e vivenciando as penalidades, sem possibilidade de superação dos dramáticos momentos do cotidiano e sem mecanismos objetivos de ressocialização se já formalmente encarcerados. Existem milhões de seres humanos em nosso país (Alagoas ostenta os piores indicadores sociais) que nasceram em comunidades vulneráveis socialmente nas periferias e são condenados à miséria humana (que é infinitamente mais infame que a pobreza absoluta). Foram condenados a nascer em condições absolutamente precárias – e se não foram jogados numa calçada em noite fria ou numa lata de lixo – foram condenados a ter como chão para suas brincadeiras os esgotos a céu aberto… Foram condenados a morar num casebre sem lençóis limpos e perfumes delicados, compartilhando camas com adultos onde a sexualidade precoce é estimulada ou a maldita iniciação sexual é ditada pelo abuso e exploração na pedofilia… Foram condenados a não manusear a textura dos papéis de livros cheios de estórias e desenhos maravilhosos que poderiam até encantar e suavizar as suas próprias histórias dilacerantes de dias e dias de gritos, espancamento, alcoolismo e outras drogas, destruição de laços afetivos familiares e tantas outras situações angustiantes… Foram condenados a perderem seus nomes e a ingenuidade da identidade infantil, pois logo cedo foram “incluídos” como aviãozinho, fogueteiro, mula do pequeno e maldito tráfico de drogas – conduzido por pequenos bárbaros – para fomentar a imensa riqueza de uma canalha muito rica e poderosa, que vive muito distante das favelas e movimentam bilhões de dólares com as drogas psicotrópicas lícitas ou não… Foram condenados nos presídios imundos a se tornarem depósitos de AIDS, tuberculose, hepatites, hanseníase e a serem estuprados e violentados na sua dignidade pelos chefes dos presídios – que já barbarizados pela vida – criam verdadeiras “escolas” de crimes e perversidades para a grande maioria que lá está por ser pobre e por ter praticado pequenos delitos e acaba saindo do cárcere com “diploma” de assassino potencial.
Quais as opções a serem assumidas e implementadas por uma sociedade que se apresenta como moderna e civilizada? Quais os verdadeiros compromissos de uma sociedade que se apresenta como democrática, mas admite de forma cínica e dissimulada a tirania da miséria e do sofrimento dilacerador? Quais os verdadeiros Projetos para minimizar a Violência em Prevenção – educação, música, cultura, esporte, emprego digno – e Repressão – com condições dignas de trabalho e salários para os trabalhadores civis e militares da área de segurança pública – e na Recuperação e Ressocialização – do tratamento dos usuários de drogas psicotrópicas até a capacitação profissional e inserção econômica… Quais as Metas e Prazos e Cronogramas para a implementação das Ações, Projetos, Leis? Volto a insistir na necessidade de implementação de Políticas Públicas voltadas para intervenções globais em comunidades vulneráveis socialmente antes que a indigência social e a miséria humana aniquilem as possibilidades, de talento e vida digna, para milhões de crianças e jovens que podem acabar vivenciando apenas o triste e perverso decreto das gerações perdidas. Sempre lutei muito por tudo isso – com Projetos, Emendas ao Orçamento, Propostas Concretas – mesmo sendo incompreendida pela inocência de alguns e atacada pelos sórdidos vigaristas das gangues políticas que não aceitam conviver com quem não é domesticada pelo banditismo deles. Continuo lutando e acreditando que é possível resgatar o que de melhor e mais belo ainda possa existir especialmente nas crianças e jovens – em situações de risco – antes que a vida os condene à barbárie e se encarregue de afastá-los definitivamente da solidariedade, da bondade, da compaixão, do amor! Como dizia Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender e, se pode aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar!”.

*HELOÍSA HELENA, vereadora pelo PSOL em Maceió.
Twitter: @_heloisa_helena

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Seja bem vinda Universidade Federal do Oeste!

Hoje será anunciada oficialmente a criação da Universidade Federal do Oeste com a transformação do campus da UFBA na UFOB. A Bahia ganhará, nesta terça-feira (16), mais duas Universidades Federais e nove Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFETs). A presidente Dilma Rousseff anunciará numa cerimônia a expansão da rede federal de educação superior e profissional e tecnológica. Essa notícia pegou a todas (os) de surpresa e encheu de alegria e esperança a muitas (os). Seja bem vinda UFOB!!!

Recordo que em 2008 participando 28º Encontro Nacional das/dos Estudantes de Pedagogia – ENEPE em Vitória (ES) conversando com outras (os) participantes do referido encontro essa se mostrava admiradas pelo fato de termos duas Universidades públicas aqui em Barreiras e eles tinham apenas uma. Por isso não podemos abrir mão da nossa Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Departamento de Ciências Humanas DCH/Campus IX. Como dizem no Direito, trata-se de um “direito adquirido” e ninguém pode nos retirar esse direito sob pretexto nenhum. Quem sabe podemos agora reivindicar que o nosso Campus IX seja transformado na Universidade Estadual!

Precisamos de mais Universidades, escolas... Nunca é demais construirmos mais escolas, universidades..., Não é gasto, despesa... que deve ser cortada como dizem os cínicos da política com alegação da Responsabilidade Fiscal. Escola não se fecha! Escolas se abre mais e mais! É investimento! Há demanda! Basta olharmos a imensa esmagadora maioria que fica de fora da Universidade no processo “meritocrático e excludente” que é o vestibular.

Todavia, apesar de toda euforia pela criação da UFOB, não podemos nos silenciar diante da contradição da presidente e do seu governo. Tem alguma coisa de estranho e incompreensível nessa criação, que de fato é irresponsável, eleitoreira e em cima de palanque. É a mesma expansão irresponsável, eleitoreira e em cima de palanque da qual a nossa UNEB hoje é vítima com seus 24 campi  e 29 Departamentos. Pois, se expandiu a Universidade sem aumentar realmente os seus recursos, sem aumentar o quadro docente, técnico...

Ora, a primeira coisa que a presidente fez ao tomar posse foi cortar 50 bilhões de reais de “gastos” do governo. Destes algo em torno de 3 bilhões da educação. Tem algo estranho ou não nessa criação. Ainda, os Institutos Federais, inclusive os campi  novos estão em greves reivindicado justamente mais recursos, mais professores, melhores condições de funcionamento... No Plano nacional da Educação – PNE do governo pretendem destinar 7% do PIB para educação todas (os) as/os professoras (es) estudantes, entidades defendem 10% do PIB. O problema maior é que o governo que 7% do PIB, mas não cumpre nem o 7% a que se propõe. Se pelo menos cumprisse os 7%, a história seria bem outra! Mais outro agravante, o governo não demonstra sensibilidade com as históricas e justas reivindicações, quando libera a contratação de professoras (es) sem concurso público e sem a devida titulação. Fato histórico nas federais. Nunca visto antes na história deste país!

Estou citando esses problemas que a UNEB com 30 anos de existência passa e que a UFBA com pouco menos de 10 anos aqui em Barreiras já enfrenta. Ou seja, o processo de sucateamento nas federais está bem mais acelerado. Na UNEB começamos a vivenciar para valer essa situação há pouco menos de 5 anos.

Fiquemos atentas (os) a essa situação. Pois, na UNEB, por exemplo, existem cursos que foram criados apenas para eleger certas figuras política deputada (o). E agora com a UFOB qual o verdadeiro interesse? Qual a motivação dessa contraditória criação?

Para que dois campi numa distância de menos de 100KM? Enquanto em Santa Maria da Vitória não tem nenhuma Universidade Pública.

Já disse certa vez a nossa Prefeita Municipal Jusmari Oliveira e a nossa Deputada Estadual Kelly Magalhães que sou plenamente favorável a criação da UFOB. Ainda, que se possível que se criasse até uma municipal. Pois como já disse acima: Precisamos de mais Universidades, escolas... Nunca é demais construirmos mais escolas, universidades..., Não é gasto, despesa... que deve ser cortada como dizem os cínicos da política com alegação da Responsabilidade Fiscal. Escola não se fecha! Escolas se abre mais e mais! É investimento! Há demanda! Basta olharmos a imensa esmagadora maioria que fica de fora da Universidade no processo “meritocrático e excludente” que é o vestibular.

Sou contra a criação irresponsável, eleitoreira e em cima de palanques que cria as Universidades sem um orçamento que atenda as demandas reais da mesma, sem professoras (es) efetivas (os), técnicos...Sou contra a criação de uma Universidade elitista, aonde o filho da pobreza não pode entrar nela, ou se entra não pode permanecer na mesma. Para isso precisaremos “combater a riqueza e não a pobreza!” Sou contra que se ludibrie as/os nossas jovens!!!

Desde já precisaremos ficar atentas (os) ao que se pretendem fazer com essa criação! Estarmos na linha de frente organizando a luta para enfrentar os eventuais ataques vil e torpe que serão desferidos contra a Educação Pública Superior.


Claudio Roberto de Jesus
Partido Socialismo e Liberdade - PSOL

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

As/aos lutadoras (es) grevistas do IFBA

Caríssimos (as) companheiros (as),
“Ou os estudantes se identificam com o destino do seu povo, com ele sofrendo a mesma luta, ou se dissociam do seu povo, e nesse caso, serão aliados daqueles que exploram o povo”. (Florestan Fernandes)

É com muita satisfação que eu Claudio Roberto de Jesus ex-militante do Movimento Estudantil na Universidade do Estado da Bahia – Departamento de Ciências Humanas – Campus IX, Barreiras – Bahia, no Diretório Acadêmico de Pedagogia - DAPed, ex-militante do Movimento Estudantil Unificado – MEU e militante do Partido Socialismo e LiberdadePSOL, identificando-me com o destino do meu povo e com ele sofrendo e lutando a mesma luta me dirijo a vocês para externar o meu sincero apoio neste período de luta e enfrentamento à ordem neoliberal galopante na Educação pública e na sociedade.

Externo também meu profundo respeito e admiração a vocês, nobres companheiras (os) de luta, por não se calarem ao ver os mandos e desmandos de quem tem o “amor do/ao poder”! Como poderíamos nos calar e separarmos, de tão nobre batalha, se nossas lutas são tão convergentes?

Nossa luta encontra abrigo e similaridade na resistência e luta por uma Educação verdadeiramente pública, gratuita e de qualidade para todas (os), referenciada nas lutas sociais. Queremos uma educação democrática e autônoma, voltada inteiramente para as lutas democráticas. Queremos mais Escolas e/ou Universidades sim, mas com o aumento real de sua verbas, com políticas afirmativas, reforma universitária, assistência estudantil, mais pesquisas e mais professoras (es).

A educação no Brasil passa por um período crítico, em que ao longo do tempo a educação pública, de qualidade vem deixando de ser um direito e passa a ser uma mercadoria. Presenciamos, cotidianamente, os ataques vil e torpe à educação pública que sofrendo grave sucateamento em decorrência dos sucessivos cortes de verbas, vem perdendo sua autonomia política e financeira... Essa condição afasta a Educação do seu papel de instrumento para a emancipação.

A profunda desigualdade social do país também se reflete dentro das universidades públicas. É real a existência de estudantes na comunidade acadêmica com dificuldades de se manter em seus cursos. A falta de restaurantes universitários; o escasso número de bolsas; ausência de vagas nas residências universitárias, quando estas existem; gastos imensos com transportes e reprodução de textos, devido a pouca oferta de livros nas bibliotecas têm por conseqüência um baixo rendimento acadêmico, além da grande evasão e retenção de vagas.

Uma situação grave gerada não só pela falta de políticas que visem garantir a permanência dos estudantes nas instituições, mas principalmente pela falta de verbas públicas para sua implementação.

A assistência estudantil não deve ser encarada como uma forma assistencialista, onde imperam a troca de favores ou mesmo a “esmola” para o estudante de nível sócio – econômico baixo. A assistência estudantil é um instrumento de democratização da universidade, possibilitando que os estudantes de baixa renda possam se manter na Universidade de forma plena.”

Na verdade , na verdade, todas essas leis/decretos/planos é mais uma prova da traição de toda história política e social de mais de vinte anos do PT, no caso do PSDB – DEM - PMDB não se trata de traição, aliás podemos até falar em coerência, visto que essa sempre foi a sua postura política, atender o interesse do mercado colocando em prática as políticas neoliberais sem nenhum constrangimento.

Não poderia deixar de apoiar essa luta, nem ela poderia ser feita de forma isolada e fragmentada. Estamos entre os milhares de estudantes espalhadas (os) pelo Brasil, unidas (os) pela coragem e a imensa disposição de darmos uma nova cara para o país. Queremos mais espaços e encontros das diversas áreas. Queremos mais do que diversão e arte. A nossa vontade vai ao encontro de um Brasil plural. Um país para todas (os), democrático, soberano e desenvolvido.

Fazemos parte daquelas (es) que querem um Movimento Estudantil de luta, base, sério, transparente, honesto, enfrentamento e de embate propositivo para mudar a educação e construir um novo Brasil.

A luta das/dos estudantes sempre se deu em vista da superação de crises criando perspectivas mais democráticas e transformadora para toda a sociedade.

Caríssimas (os) companheiras (os), vocês – nós, estamos vivenciando e construindo também, um momento histórico ímpar, bastante propício para debatermos nossa concepção de Movimento Estudantil, Educação, participação, democracia, Universidade e sociedade. Sendo assim, esse momento não pode passar como um momento comum, passar alheio a tudo isso, ou seja, alheio ao debate sobre o Movimento Estudantil, Educação, participação, democracia, Universidade e sociedade. A greve ainda é um recurso revolucionário! Toda greve é vitória, é luta... A greve é um processo de conscientização e atitude!

O Movimento Estudantil, na sua grande maioria compostos por jovens que paradoxalmente ao que se desenha na mídia, é detentor de uma histórica e valente participação combativa, de luta, enfrentamento e embate propositivo reivindicando e lutando junto às classes oprimidas, bem como desempenhando um papel importante e imprescindível nas decisões políticas no cenário da sociedade brasileira e mundial. É comovente constatarmos com o movimento deflagrado por vocês e tantas (os) outras (os) estudantes nesse país, que o Movimento Estudantil (as/os estudantes) não foge a luta e nem trai sua história! É nestes termos que eu Claudio Roberto de Jesus ex-militante do Movimento Estudantil na Universidade do Estado da Bahia – Departamento de Ciências Humanas – Campus IX, Barreiras – Bahia, no Diretório Acadêmico de Pedagogia - DAPed, ex-militante do Movimento Estudantil Unificado – MEU e militante do Partido Socialismo e LiberdadePSOL, saúdo e reitero o meu apoio e solidariedade nesta singular batalha.



“Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros” Che Guevara



“Um homem só morre quando deixa de lutar”

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“.... Que todo jovem militante seja essencialmente humano, que seja tão humano que se aproxime daquilo que há de melhor no homem por meio do trabalho, do estudo, do exercício de solidariedade contínua com o povo e com todos os povos do mundo, que desenvolva ao máximo a sensibilidade a ponto de se sentir angustiado quando um homem é assassinado em qualquer recanto do mundo, ou entusiasmado quando uma nova bandeira de liberdade se levanta em qualquer recanto do mundo, o que todo jovem militante capaz de fazer a revolução precisa é de estudo, trabalho e fuzil...”

(Che Guevara)

Claudio Roberto de Jesus

Partido Socialismo e Liberdade - PSOL



sábado, 6 de agosto de 2011

Resposta ao texto: HETEROSSEXUALIDADE, CONVICÇÃO E PRECONCEITO

“Ama e faze o que quiseres”
(In epist. Joan. 7, 8 Santo Agostinho)



O Jornal Nova Fronteira publicou no editorial da Edicão 400 o texto intitulado: HETEROSSEXUALIDADE, CONVICÇÃO E PRECONCEITO, de autoria de Ronaldo Ausone Lupinacci. Como de acordo a interpretação que fiz do mesmo encontrei algumas análises deturpadas e equivocadas acerca da polêmica que envolve o projeto n.º 5003/2001 (PLC122/06) que além de combater e criminalizar a homofobia, quer combater e criminalizar o preconceito contra os idosos, portadores de necessidades especiais, negro, indígenas e quilombolas - Isso é ruim? Não deve ser aprovado? -, solicitei a publicação deste, bem como de outros textos já publicados aqui no blog1, também enviei os textos aos e-mails de Ronaldo Ausone Lupinacci, Miryan Rios e publiquei em outros sites de relacionamento do qual faço parte.

A solicitação ao departamento de edição do Jornal Nova Fronteira foi feita no dia 13 de julho do ano em curso. Como não obtive resposta satisfatória da equipe de redação do Jornal Nova Fronteira, por algum motivo alheio à vontade deles, e o mesmo já fez a publicação da edição 401, edição posterior ao texto acima mencionado e a minha solicitação, resolvi adaptar este, publicá-lo e divulgá-lo. Só assim poderemos desmascarar as mentiras ditas em torno desta temática e estabelecer um debate de idéias e concepções com outra visão também.

No supracitado algumas análises e informações inexatas e deturpadas, análises e concepções reproduzidas e embasadas nos ditos Livros Sagrados (Bíblia, Cartas dos Padres do Deserto e Encíclicas Papais) muitos destes livros escritos há mais de três mil anos que reproduzem os valores éticos, morais e espirituais de uma sociedade marcadamente machista/patriarcal, e definitivamente, decorridos mais de dois mil anos, descontextualizados. Aqui lembro da frase de Carlos Mesters: “Quem lê a Bíblia sem analisar o contexto, usa a Bíblia de pretexto para dizer o que quer.” As idéias e as posturas defendidas e divulgadas no texto referido causaram em mim e outras (os) companheiras (os), amigas (os) que junto comigo liam o artigo, muita revolta, indignação, nojo, raiva, enfim, sentimentos negativos.

Já que o autor do texto referido, faz tanta questão de citar os textos da Igreja Católica, gostaria de trazer a público que a Igreja no seu catecismo reconhece que a homossexualidade tem sua gênese inexplicada. E aqui é bom que se diga que a ciência também não explica a heterossexualidade. Obviamente que do ponto de vista biológico, para haver a procriação é necessário um animal macho e um animal fêmea. Todavia, a ciência não explica o porquê um homem sente atração sexual, amor, sentimento, desejo por uma mulher e vice-versa. O mesmo se diga de um homem que sente atração sexual, amor, sentimento, desejo por outro homem, ou uma mulher por outra.

Ainda, a Igreja reconhece que um número não negligenciável de homens e mulheres apresentam características, traços e/o tendências homossexuais enraizadas/natas. Diz o Catecismo que as/os homossexuais: “Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição.” O catecismo diz que as pessoas homossexuais podem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã, pela oração e pela graça sacramental.

Algumas religiosas (os) poderiam argumentar que está expressamente nítido na Bíblia que a homossexualidade é proibida. Contudo, vem me repetidas vezes à memória a declaração de Jesus na mesma Bíblia: “O sábado é para o homem e não o homem para o sábado”. Com isso Jesus queria dizer que a lei é para servir ao ser humano, para protegê-lo, preservá-lo, garantir sua liberdade e que, portanto, toda lei que não confere nada destas coisas ao ser humano não deve ser seguida, cumprida... Diz ainda Jesus: “Eis que faço novas todas as coisas!”

Na condição de negro afro-descendente, de lutador/militante social (movimento estudantil e partido político), de educador e acadêmico senti-me na obrigação de escrever este para que as/os nobres leitoras (es) deste augusto veículo de comunicação pudessem participar de um debate de idéias e/ou concepções livres da conveniência das religiões, sem a sordidez e cretinice de todas as religiões, sobretudo a cristã com suas visões medíocres, mesquinhas, escassas quando lhes convém.

Este objetiva prestar algumas explicações para dissipar toda e qualquer deturpação consciente ou inconsciente, voluntária ou involuntária, às vezes até mesmo despercebida. No caso do autor do texto em questão, trata-se de deturpação, consciente e voluntária, como é praxe acontecer naquelas (es) que querem manter o preconceito, a violência contra as/os homossexuais, sua visão conservadora e falso moralista. Mentem para conseguir adeptos!

Não se trata aqui de dizer que os heterossexuais não possam defender sua heterossexualidade, seu ponto de vista...Podem e devem! Agora, usar deliberada e consciensiosamente de inverdades para ludibriar as/os mais simples, as/os que não tiveram acesso ao conhecimento sistematizado e acumulado, as pessoas de “boa fé”, isso é inojável, reprovável, abominável, intolerável e inadmissível.
Mentiras como: “Vão ensinar sua/seu filha (o) a ser homossexual!”; Apresentar um material que nada tem que ver com o Kit de combate a homofobia, como se fosse o mesmo; associar a homossexualidade a pedofilia. Tudo isso é jogar sujo! Vamos ao debate, ao diálogo sincero, aberto, transparente, tranqüilo e com idéias atualizadas das idéias, concepções...!

Argumentam que querem destruir a instituição família. Ora, a morte, a violência, a agressão praticada contra as/os adolescentes/jovens homossexuais, - e agora casos de agressão a suspeitos de serem homossexuais -, não destrói a família? Não causam dor na família?

Sinceramente é revoltante assistir ao cinismo, dissimulação e a farsa criminosa socialmente de figuras públicas com discurso histérico e vazio de defesa da família, figuras estas que só assumiram o mandato eletivo porque o Supremo Tribunal Federal – STF barrou a Lei da Ficha Limpa nas eleições do ano passado, Pois, melhor defesa da família se faz, não roubando e/ou não desviando os recursos públicos, suficientes para garantir os direitos elementares a que cada cidadão tem previsto na Constituição Federal de 88 e que impediria a dor das crianças, adolescentes, jovens que nos surpreendem nas ruas, bares e restaurantes pedindo-nos para comprar balas, doces, pedindo um troco, “roubando”, se prostituindo e/ou servindo de mão de obra escrava do crack, tráfico e narcotráfico. Em suma, melhor defesa da família se faz em não se promover os saques aos cofres públicos!

O referido autor do texto já mencionando e que utiliza fundamentos religiosos para defender sua idéia, é advogado, ou seja, teve acesso ao universo das várias idéias, ao conhecimento... É inadmissível e inacreditável que um advogado não saiba que o ESTADO, ou seja, o poder público não possui paixão religiosa, não professa crença em nenhuma religião. Será que ele nunca leu a Constituição Federal de 88? Se for sim a resposta, está entendido o porquê do MEC está fechando vagas do curso de Direito pelo Brasil a fora, e o alto índice de pessoas reprovadas no exame da OAB.

Gostaria de questionar: Quem disse que a Bíblia é o Livro Sagrado da humanidade? Para quem ela é sagrada? Por que o Corão, o Torá e os livros de outras religiões não são sagrados para a humanidade? A Bíblia não é o Livro Sagrado (o único)! É apenas mais um dos livros ditos sagrados!

E aquelas pessoas que não são cristãs, católicas e/ou não professam religião nenhuma? Devem seguir as prescrições papais, cristãs das/dos santas (os) das igrejas cristãs e/ou católicas? Quem fundou a civilização cristã? Quem faz parte dela? Todas (os) são obrigadas (os) a pertencer a ela?

Outra questão abordada pelo autor do texto é a idéia de que a homossexualidade pode ser aprendida, ensinada e que, portanto, um dia alguém chega e decide: “Oi, eu vou ser homossexual, porque me convenceram, vou experimentar toda a sorte de violência, de sofrimento, perseguição, crueldade, tortura, piadas, chacotas, ridicularizações porque eu gosto, me ensinaram, eu aprendi a ser homossexual”. Ora, a homossexualidade não é aprendida, escolhida ou ensinada! Aprendido, ensinado e divulgado é o ódio, a raiva, o rancor, o plano que quer matar todas (os) homossexuais, - às vezes até em nome de Deus - o desrespeito, enfim, o preconceito. E do mesmo modo que esses sentimentos podem ser ensinados, divulgados e aprendidos, também se pode aprender a aceitar, a respeitar, a tolerar e a conviver harmônica e pacificamente com as pessoas que simplesmente sentem amor e/ou atração sexual por pessoas do mesmo sexo.

Outro equivoco é a análise de que os meios de comunicação estariam todos eles empenhados na luta LGBTT. Vale lembrar que esses meios de comunicação estão todos nas mãos de quatro famílias tradicionais e conservadoras. E outros tantos nas mãos das igrejas arcaicas, atrasadas, desatualizadas, conservadoras, tradicionais todas elas, e volto a enfatizar, sobretudo, as cristãs.

O que acontece na verdade é a espécie do “mito da democracia sexual e/ou de gênero”, tal como o “mito da democracia racial”. Quantas vezes presenciamos beijos gays na televisão? Por quais motivos?

Enquanto a Rede Boba de Televisão finge ser democrática ao tocar no assunto, na verdade o que ela quer é impor o modelo de homossexual ou de casal gay aceitável e tolerável na sociedade. Um modelo “quieto, comportado, reservado, dentro de quatro paredes.” É como se dissesse: “Pode até ser homossexual, a gente aceita, mas é só entre quatro paredes. Aqui fora, na sociedade tem que ser como se fosse ‘normal’”. Basta analisar as duas novelas que tem dois casos de homossexual: a novela do horário das 19h00 e a do horário das 21h00.

Na novela das sete o homossexual é apresentado como motivo de chacota, ridicularização e que, portanto deve ser condenado e rejeitado. Tanto que o pai usa a expressão: “Fecha esse armário!”. Já na novela das nove o homossexual é aceitado, compreendido, porque ele é “comportado”.

Ora, se um casal hetero pode trocar carícias diante de todas (os) aquelas(es) que estão em seu redor em espaço público, por que um casal homossexual não pode trocar carícias em espaço público?

Ao apresentar cenas de agressão aos homossexuais na TV, a Rede Boba de Televisão quer dizer: ‘É perigoso ser homossexual!Se você for homossexual, não assuma publicamente. Porque senão, olha qual pode ser os eu fim!” Ela quer mesmo instaurar o medo e a inseguridade na comunidade LGBTTS.

Duas questões abordadas no texto mencionado que vou tratar como ignorância, é preferível acreditar que é ignorância e não má fé, má caratismo. É o uso da palavra homossexualismo pelo autor do texto ao invés de homossexualidade. Essa palavra era usada quando a ciência encarava a homossexualidade uma patologia. Há um bom tempo essa palavra foi deixada de lado, quando a ciência retira a homossexualidade do quadro de patologias. As pessoas que tiveram acesso ao conhecimento sabem disso e insistem em utilizar esse termo para inculcar ou internalizar de alguma forma que a homossexualidade é uma doença. Quando se trata de uma pessoa que nunca passou por uma universidade, mestrados, doutorados, é até um pouco compreensível. A outra questão é a associação que o autor do texto faz da homossexualidade com a pedofilia, mesmo sem nenhum embasamento científico para tanto. Poderia eu aqui reproduzir o discurso mentiroso de que a maioria dos padres são pedófilos, mas, não vou cair na mesma sordidez e cretinice, porque sei que isso não corresponde a verdade. Não quero travar debate de idéias com mentiras!!!

Está comprovado que a maioria dos casos de pedofilia são praticados por heterossexuais em sua grande maioria casados e próximos da vítima. Recentemente um pedófilo casado foi preso.

Gostaria de perguntar: Se foi Deus que nos criou, as pessoas homossexuais são suas filhas (os)? Se são, não devem ter a dignidade de filhas (os) de Deus respeitados,a dignidade de ser humano, a cidadania....? Quantas pessoas lêm o “gibi” chamado VEJA? Como o próprio nome diz, não é para ler é apenas para ver. Leu na VEJA azar o seu!!! A VEJA não tem respaldo, credibilidade e nem público para fazer essa enquete. Os 73% a que o autor do texto citado se refere corresponde a quanto da parcela da sociedade? Quantos filhos o autor do texto referido tem? Quantas vezes o autor do texto já fez sexo com sua esposa? Todas as vezes que se relacionou com ela foi para a procriação? Os casais que são estéreis como ficam?

Como cristão que sou gostaria de dizer que o Senhor Jesus nos manda/pede para fazermos tantas coisas e nós não fazemos! Dentre as coisas que ele nos pede é: não acusarmos, não condenarmos, não criticarmos, acolher a todas (os), não roubarmos, não matarmos ... O Senhor Jesus morreu por todas (os)!!! Ele nos ama do jeito que somos! Se é pecado porque ele permite que uma pessoa nasça com a tendência homossexual? Por que Ele permite que a pessoa nasça assim e sofra tanto? Porque as/os homossexuais passam por todo tipo de sofrimento, possível e impossível! Ora, a pessoa não opta por ser homossexual, ela opta em assumir ou não sua condição homossexual!

Deixemos de conveniência, de sordidez e de cretinice!! Deus manda a gente fazer tantas coisas e não fazemos, mas neste caso da homossexualidade viemos com esse discurso de que: "Deus fez homem e mulher e é assim que tem que ser" E quem prova que Deus existe mesmo? E as pessoas que não acreditam em Deus e/ou acreditam em outras divindades ou nenhuma? Serão obrigadas a viverem de acordo com o que a conveniência cristã dos crentes querem e dizem? Quanta hipocrisia!!!

Lembro as/aos religiosas (os) que Jesus disse: "Amem vossos inimigos!"Se devemos amar nossos inimigos, por que termos ódio, raiva, rancor, de alguém que não é nosso inimigo? Disse Jesus: "Deixo ao partir nova lei. Que vos amei uns aos outros assim como eu vos amei" Por que odiar, perseguir, magoar, machucar, ferir, ofender, maltratar alguém que simplesmente gosta de outra pessoa do mesmo sexo? São Paulo nos diz: "O amor é prestativo, não é invejoso, não é rancoroso... Tudo crê, tudo aceita, tudo perdoa... Não faz o mal a ninguém..." Portanto, AMEMOS!!! Como diz Santo Agostinho: 'Ama e faça o que quiseres!"





Claudio Roberto de Jesus

Partido Socialismo e Liberdade – PSOL



1- Textos publicados no blog, em outros sites de relacionamento que pertenço, ao Jornal Nova Fronteira e enviados ao e-mail de Ronaldo Ausone Lupinacci e Miryan Rios: Frei Beto defende com a Bíblia a União homoafetiva; Carta a um Fundamentalista; Trecho de decisão judicial que autoritorizou o primeiro casamento gay no Brasil;

sexta-feira, 5 de agosto de 2011



*Por Heloísa Helena


As notícias da semana envolveram mais denúncias de Crimes contra a Administração Pública no Ministério dos Transportes… aliás, quem não é cínico sabe que está tudo como antes num reino podre que onde aperta sai secreção purulenta! As grandes estruturas de mídia no mundo estiveram voltadas para mais uma demonstração de intolerância religiosa e racial demonstrada nos mais de 70 assassinatos em Oslo… E o mundo musical sentiu a tristeza na tragédia das drogas destruindo totalmente a talentosa e sofrida Amy Winehouse. No Brasil, entre tantos fatos alarmantes, mais uma demonstração estarrecedora e vergonhosa de homofobia quase matando, por espancamento, um pai que abraçava carinhosamente o seu próprio filho!

A nossa querida Alagoas acordou mais um dia com a brutalidade da violência… Entre muitos e muitos outros casos, a Sra. Maria de Lourdes foi arrastada – da cama onde dormia com seus filhos pequeninos – e esquartejada em via pública de bairro residencial na periferia de Maceió. Os assassinos utilizaram o braço decepado da jovem para escrever numa parede – com o próprio sangue da vítima – a palavra “cabueta”, ou seja, delator do tráfico de drogas! As fotos são capazes de gerar mais do que indignação… na verdade promovem desolação e tristeza profunda. O conhecido site YouTube retirou de circulação o vídeo com a reportagem sobre este crime alegando “cenas de conteúdo chocante e repugnante” e o Twitter removia imediatamente todas as fotos do caso quando postadas.

A Secretaria de Segurança Pública (Defesa Social ou qualquer nomenclatura que a ela seja dada) tem conhecimento que na mesma localidade desse crime brutal, com a mesma motivação e idêntico modus operandi (mata, esquarteja, degola e põe a cabeça da vítima numa estaca na mesma via pública) há poucos meses outros também foram assassinados. O que dizer em casos assim? Eu – como não sou dos esgotos dos ratos silenciosos que fingem educação e moderação porque são associados dos políticos ladrões – repito: Governos Covardes! Governos de Pusilanimidade! (Quem acha essa formulação exagerada veja as fotos e imagine a sua filha sendo a vítima!). O pior de tudo, é que nós sabemos que se esses crimes fossem com pessoas ricas (com todo respeito à dor do coração da mãe que perde um filho, pois independente de classe social é a mais intensa dor que há), os Governos já teriam montado uma verdadeira operação de guerra para destroçar o que pela frente passasse como suspeito dessa repugnante e macabra demonstração de violência. Como as vítimas são muito pobres, “as autoridades” tratam como se fosse apenas mais um caso e certamente irá mesmo apenas compor as frias estatísticas oficiais, os estudos acadêmicos e as justificativas de necessidade de mais dinheiro público sem fiscalização. Enquanto isso, o Império do Medo continua se consolidando – e arregimentando o exército de mão-de-obra escrava em comunidades vulneráveis socialmente – com o apoio e a proteção das Muralhas de Impunidade construídas pelos Governantes omissos e cúmplices, e claro com a ajudinha cínica de muitos eleitores igualmente covardes!

É fato, que a situação de violência, em Alagoas e no Brasil, demonstra o total descontrole do Aparelho de Estado… não há Prevenção com Políticas Sociais, nem Repressão com o Aparato Policial, nem Recuperação e Reintegração Social nos Presídios e muito menos a articulação dessas ações como mecanismos essenciais para minimizar o dramático cotidiano de violência devastadora. Além do que, excetuando as corjas omissas e cúmplices dos Governos – Federal, Estaduais, Municipais – a população em geral reconhece que a Miséria Humana e a Impunidade são verdadeiras fábricas de criminalidade e barbárie social.

O mais difícil de suportar – para quem tem compromisso social e conhece as centenas de projetos e propostas alternativas que podem ser amplamente viabilizadas com eficácia – é identificarmos a inoperância, incompetência e insensibilidade em todas as áreas que deveriam atuar de forma integrada a curto, médio e longo prazo para minimizar o risco da banalização da violência. São conhecidas as Leis, Propostas e Projetos para Prevenção à Violência… da Educação, Música, Cultura, Esportes até a Capacitação Profissional e Arranjos Produtivos que possam dinamizar a economia local gerando emprego e renda e a estruturação das Polícias Comunitárias (incluindo as guardas Municipais); para a Repressão Qualificada… com Policiais Civis e Militares em condições dignas de trabalho e salário (e não essa desmoralização a que são submetidos pela precariedade cotidiana) até a utilização da alta tecnologia disponível, de baixo custo e grande eficácia nas investigações e na redução da letalidade policial; para a Recuperação e Reintegração Social dos(as) que estão nos Presídios ou em Restrição de Liberdade… com Escolarização, Capacitação Profissional, Estruturas Econômicas Auto-Sustentáveis até a Inserção no mercado de trabalho para superar as danosas experiências de quem vai ao presídio por pequenos delitos e lá acaba se transformando num lixo humano submetido à violência sexual e depósito de hepatite, AIDS, tuberculose ou aprendiz de crimes infinitamente piores dos que motivaram a prisão e assim realimentando a barbárie.

Sei que muitos, aqui e alhures, vivem da frieza pragmática – seja como mecanismo de defesa para já não mais sofrer, seja para continuar usufruindo das súcias de vadios políticos (pleonasmo intencional!). Mas eu e muitos mais continuamos lutando e repetindo Saramago: “Se tens o coração de ferro, bom proveito. O meu fizeram-no de sangue e sangra todo dia!”

*Heloísa Helena atualmente é vereadora em Maceió (AL) pelo PSOL.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ad Nauseam... Semana de Mais do Mesmo!
 Por Heloísa Helena*
É fato... os calhordas da política querem mesmo é nos vencer pelo cansaço! Vejamos uns exemplinhos durante a semana da repetição da Grande Bandidagem: Corrupção no Ministério dos Transportes, "Flexibilização" das Licitações para Obras Públicas, BNDES financiando formação de Monopólios...
Comecemos pelo que dá alegria que são as festas e os esportes! As festas são boas, pois animam os corações cansados pelas agonias da vida difícil, mas na maioria das vezes são mesmo utilizadas para manipulação do povão que ficará "ralando o bucho e enchendo a cara" e a hiena canalha política local roubando desavergonhadamente... Tomara o MP consiga instalar procedimentos investigatórios para analisar! Os eventos esportivos – essenciais na estruturação das Políticas Sociais para disputar as nossas crianças com o mundo maldito do narcotráfico – que farão a vibração do Brasil em 2014 e 2016 já nascem com a promessa de Regime Diferenciado de Contratações Públicas aonde o rigor da legislação vigente e a análise de projetos, materiais, especificações, quantitativos vão pra lata do lixo! Só mesmo o desprezível cinismo dos gestores para explicar como a legislação tantas vezes é utilizada e alardeada como mecanismo para obstaculizar a contratação de produtos e serviços dos Arranjos Produtivos Locais em comunidades vulneráveis socialmente – seja a compra de cadeiras produzidas nas marcenarias dos presídios para serem utilizadas nas escolas, seja a compra dos produtos agrícolas produzidos por assentamentos rurais e agricultura familiar e que podem ser utilizados na merenda escolar ou na alimentação de hospitais, seja a produção de peças de vestuário nos Programas de Erradicação do trabalho Infantil e que podem ser utilizados amplamente pelo setor público, e centenas de outros exemplos, etc. etc. Nada disso pode ser feito, pois com certeza impediria a criação das empresas "fantasmas" de altíssima vitalidade e periculosidade que ganham na safadeza dos conluios políticos a garantia de fornecimento de quase tudo à administração pública!
E por falar em Administração Pública lembremos que qualquer estudante mediano aprende como dica para concursos o LIMPE – Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Eficiência - princípios explícitos (citados no Art. 37 da Constituição federal e em suas derivações) a serem obedecidos pela administração pública direta e indireta... sem nem lembrar que o Código Penal manda pra Cadeia quem crimes contra a dita cuja comete! No papel claro... pois aqui dá cadeia roubar pão e dá poder roubar bilhão! Voltemos ao Caso do Propinódromo no Ministério dos Transportes! Diante das gravíssimas e novas denúncias (embora com a metodologia antiga de trocar propina por realização de obras e quase sempre com inovações "criativas" de orgias sexuais em hotéis de luxo ou em mansões alugadas para essa finalidade) o Governo Federal - igualzinho fazem em maioria os Estaduais e Municipais – resolveu criar uma Comissão de Sindicância Investigativa para apurar supostas irregularidades na pasta e garantir publicações de Avisos a CGU e Portarias e muito mais para dar um ar solene e pomposo de que vai investigar alguma coisa! Talvez o Ministro caia... até porque o sistema precisa retirar algumas das suas partes podres para de alguma forma reduzir a fedentina do submundo do poder e ganhar mais tempo na sua perpetuação... mas qualquer pessoa de bom senso sabe que todos os políticos ladrões – em Alagoas ou em qualquer outro lugar da Federação - ganham eleições tendo como espinha dorsal das suas riquezas roubadas e da construção de bases políticas esse mesmo processo ilegal, imoral e infelizmente vergonhosamente aceito por grandes maiorias eleitorais.
E sobre o Caso BNDES/com o neopetista Abílio Diniz... o mesmo Banco que tomou a importante decisão de eleger em seu Planejamento Corporativo 2009/2014 à inovação, o desenvolvimento local e regional e o desenvolvimento socioambiental como os aspectos mais importantes do fomento econômico atual e que devem estar enfatizados em todos os empreendimentos apoiados pela instituição resolve continuar a promover o mesmo paternalismo arcaico da promoção de interesses privados para "honrar" o mais vulgar pragmatismo político! Cadê o CADE? Aonde está o Conselho Administrativo de Defesa Econômica que tem obrigação de intervir neste caso... Ah! Está onde sempre esteve?!
Alguns dirão ao ler este artigo... Que saco! Essa Heloísa só fala em problema e não traz solução! Sobre os problemas eu falo porque não sou covarde nem sou do tipinho caladinho feito os ratos dos esgotos do poder! Mas para quem não sabe – por inocência ou desconhecimento - solução já tem, inclusive no arcabouço jurídico vigente e nem precisa inventar ou propor farsas como novidades em propostas... o que falta mesmo em muitos é olhar os roubos aos cofres públicos com a mesma indignação de quando lhes roubam um bem caro de uso particular! Sem nem falar daquele tipo de gente que se diz bem informada - com curso universitário até – e que é capaz de quebrar os ossos das mãos de um menino de rua que lhe rouba o Ipod, mas vive do servilismo e come na mão de político ladrão! Mas... Avante nas Lutas! Melhor o Coração Partido que a Alma Vendida!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Miséria Humana e Roubalheira Política Sustentam o Poder


Por Heloisa Helena*

O simbolismo das datas – ao longo da história da humanidade - auxilia a todos nós a refletir sobre acontecimentos diversos e assim poder comemorar em alegria exuberante as conquistas ou chorar em melancolia e tristeza profunda as perdas ou criticar com veemência as omissões e cumplicidades que destroem a dignidade humana ou simplesmente preferir nem conhecimento delas tomar e ponto!
O mês de junho, para o Nordeste especialmente, tem a lindeza das recordações das meninas de tranças - que todas nós do interior já fomos - a pular fogueiras com vestidinhos de todas as flores e a gritar nas quadrilhas juninas... "... olha pró céu meu amor..." ou "... só porque não vem quem tanto eu queria..." e os sorrisos e olhares e suspiros e lágrimas de amor primeiro! Além das muitas atividades articuladas, também neste mês, pelos agentes públicos e movimentos sociais especialmente para datas relacionadas a temas de grande importância nas Políticas Sociais como a Defesa do Meio Ambiente, Erradicação do Trabalho Infantil, Combate à Violência ao Idoso, etc.
Nos festejos juninos digamos que mudou um bocado! As lindas e gigantescas festas, com raras exceções, estão recheadas do propinódromo onde a vigarice política ganha muito dinheiro nos contratos fraudados e consolida poder ludibriando o povão! Setores da elite política bebem todas, cheiram muito pó, conquistam votos e se perpetuam na administração pública ao ritmo de muitas festas e de profunda e triste miséria social. Nas festas da manipulação política - e no consumo desvairado das drogas lícitas ou ilícitas por muitos do povo - está o antídoto perfeito da rebeldia social!
A população, em maioria, rapidamente se esquece da roubalheira política, da indigência social, da miséria humana... se esquece dos que estão nos Hospitais Públicos com feridas fétidas e mergulhados em fezes e urina; das mulheres com terríveis cânceres de mama que mais parecem couve-flor apodrecida e que não conseguem leitos hospitalares nem para mastectomias; dos flagelados das enchentes e das secas nas tendas de calor, sujeira e promiscuidade; das famílias vulneráveis socialmente, penduradas em barracos ou casebres nas encostas, sem conseguir vivenciar a delicadeza do cheiro de terra molhada, pois têm que sair correndo em desespero antes que sejam arrastadas pelas águas... São muitos que se esquecem das crianças cujas infâncias são roubadas para sempre quando utilizadas como mão-de-obra escrava do narcotráfico; das trabalhadoras de educação que ao vivenciar a angústia dos salários ridículos e a violência no cotidiano de trabalho sequer conseguem exercitar a delicadeza em ensinar as lições aos seus filhos; da precariedade extrema das condições de trabalho na segurança pública, na saúde... no campo, na cidade; ...dos filhos assassinados e chorados dia após dia feito o maior dos lamentos das suas mães... Renatinho, Fernando, Alexystaine, Fábio, Giovana, Maria, José... e tantos(as) muitos mais assassinados(as) por serem pobres e pelas mais diversas formas de intolerância, covardia e preconceito.
A desestruturação ou ausência das Políticas Públicas, da máquina estatal, do planejamento e gestão com eficácia e resolutividade, do rigor técnico necessário não é apenas uma demonstração da desprezível mediocridade intelectual, da insensibilidade, da incompetência das Excelências Calhordas... de fato é uma necessidade deles para que se possam perpetuar reinos putrefatos de riqueza roubada e ostentada vulgarmente... é uma necessidade para sobrevivência desses parasitas políticos que continuem consumindo dia após dia a dignidade humana, os talentos infantis, a possibilidade concreta de vida vivida em plenitude!
Os Calhordas da Política precisam que não exista o acesso à educação, conhecimento e cultura para que a maioria continue a ser manobrada e manipulada pelas conveniências dos que compram consciências... eles precisam de um poderoso setor da classe média que tem diploma universitário, mas é acovardado de forma vergonhosa... eles precisam que os serviços de saúde não funcionem para obrigar a pobreza a mendigar desesperados pelo atendimento nos comitês deles... eles precisam que a Esperança seja aniquilada das nossas vidas - todos os dias - para que ao perdê-la eles possam, na sordidez e impunidade, continuar a construir castelos de riquezas conquistadas pelos roubos e medos impostos pelo poder!
Mas... apesar dessa gentalha que está na política para roubar cinicamente, assassinar covardemente, explorar a pobreza friamente e destruir a natureza impunemente... e como mentem! Vamos aproveitar a beleza e alegria das Festas Juninas para renovar as nossas forças, mas sem esquecer as trincheiras em que realmente estamos e das lutas - por ética e justiça social - em que ainda somos os derrotados...por enquanto! Assim... Saudações a quem tem Coragem... Desprezo à Pusilanimidade!