quarta-feira, 30 de junho de 2010

O Estatuto, o racismo e a luta das mulheres

Guacira Cesar de Oliveira (*)

O Estatuto da Igualdade Racial, depois de muito lavado e enxaguado, ficou esgarçado, desbotado, desfigurado e só agora foi aprovado pelo Congresso Nacional, apesar da manifestação contrária de boa parte do movimento negro e de organizações anti-racistas.
Existe racismo no Brasil. Só nesse contexto, é possível entender como um Estatuto com esse nome, após ter tramitado por mais de uma década na Câmara e no Senado (apresentado pela primeira vez em 1995), pôde ser completamente esvaziado, destituído de todo o seu potencial transformador e, ainda assim, ser aprovado.
Nessa longa caminhada, foram inúmeras as perdas. Nos primeiros anos, o grande problema parecia ser a criação de um fundo público destinado à promoção da igualdade e enfrentamento do racismo, que sustentaria as medidas previstas no Estatuto. Naquela época, a oposição à igualdade racial era velada, em geral se escondia atrás desse argumento, ponderando que o financiamento das ações não precisava de um fundo específico, de recursos carimbados exclusivamente para esse fim, que o orçamento público, com diretrizes bem definidas, já seria suficiente.
Depois que o debate sobre o financiamento das políticas de promoção da igualdade e enfrentamento do racismo foi vencido, outra onda começou a se armar na tentativa de fazer naufragar o debate público sobre a existência do racismo no Brasil e evitar quaisquer medidas que atentassem contra os privilégios conferidos aos brancos.
A proposta de quotas raciais nas universidades, que àquela altura dos acontecimentos já havia promovido um grau inédito de inclusão social e racial no ensino superior foi satanizada. A mídia de massa entrou com tudo nessa discussão. Toda sorte de argumentos absurdos, contradizendo as evidências, os dados e as experiências recentes, foram veiculados: “o estatuto vai racializar a sociedade brasileira”, como se a idéia de raça, da superioridade branca e inferioridade negra não tivesse fundado o Brasil desde a colônia; “não existe racismo no Brasil”, como se quem vive o racismo na pele, na verdade estivesse sofrendo delírios; “as quotas vão racializar a sociedade brasileira e gerar confrontos que hoje não existem”, como se o assassinato de jovens negros pela polícia nesse país fosse uma peça de ficção.
Anualmente, o número de crianças negras que morrem no Brasil é praticamente o dobro das brancas. A morte materna, evitável em 92% dos casos, atinge aproximadamente 6 vezes mais as mulheres negras do que as brancas. Contudo, o Estatuto, encaminhado à sanção do Presidente Lula, exclui diversos outros dispositivos: o que estabelecia a política nacional de saúde da população negra, que fazia referência à redução da mortalidade infantil e materna, e das mortes violentas; foram eliminadas referências à escravidão, reparação e compensação, bem como extirpadas do texto as palavras raça, racial e raciais; e, conseqüentemente, todas as ações afirmativas foram eliminadas.
Descartada por absurda a hipótese do azar, só nos resta uma para explicar tanta desigualdade entre negr@s e branc@s: existe racismo no Brasil, entranhado na sociedade e consolidado no poder. E o racismo se manifestou através do relator do Estatuto, Demóstenes Torres (DEM/GO), que por sinal é responsável por outros desserviços jurídicos e manifestações direitistas. É dele a responsabilidade pelo enfraquecimento punitivo e político do “Ficha Limpa” (LCP 135/2010), por isso aprovado por unanimidade no Senado Federal. Ele também é autor do machismo jurídico criado pela reforma dos crimes sexuais (Lei 12.042/2009), que atenuou a pena para estuprador. A reforma do Código de Processo Penal, por ele relatada, está pondo em risco a Lei Maria da Penha a ponto de, se aprovada, tornar quase inócua uma das leis mais importantes para as mulheres. Porém, ele sozinho não é o “remédio heróico” para manter os privilégios raciais dos brancos. Os créditos dos desmandos reacionários devem ser divididos (ou negociados) com o governo Lula e parlamentares da dita esquerda que, quando fizeram muito, ficaram calad@s nas discussões.
Às vésperas do Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha (25 de julho), como feministas que somos, queremos cumprimentar as mulheres negras brasileiras pela coragem e ousadia, pela disposição para os embates e diálogos democráticos, sem os quais, seria impossível enegrecer o feminismo (como disse Sueli Carneiro), fazer germinar, ver crescer e frutificar um movimento de mulheres anti-racista. Movimento este que tem o potencial de ampliar o debate público contra o racismo, inclusive para enfrentar a irrelevância das instituições do sistema político frente ao grande desafio democrático que é a igualdade racial e para as mulheres.

(*) Guacira é socióloga, diretora colegiada do CFEMEA e integrante da coordenação executiva nacional da AMB.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Estatuto da (Des)Igualdade Racial

Todos nós sabemos que as/os nossas (os) representantes no Congresso Nacional aproveitando-se do momento em que todas (os) estão de olhos voltados para África do Sul em virtude da Copa do Mundo de Futebol, aprovaram sem discutir com a sociedade que elas/eles se propuseram a representar, o Estatuto que deveria ser da Igualdade Racial. Deveria ser porque o Projeto aprovado por essas/esses senhoras (es) na verdade mantém intocável a desigualdade racial. Essa é uma discussão que vem atravessando décadas e no inicio desse ano no mês de março deu muito o que falar. Veja abaixo o ponto de vista de um branco senhor do GOIÁS, (ARENA, DS, PFL hoje DEMOCRATAS) sobre a temática e a reação das (os) lutadoras (es) sociais.
"Não vos conformeis com as estruturas deste mundo"(São Paulo)
Claudio Roberto de Jesus
Barreiras, 29 de junho de 2010
Festa dos Apóstolos Pedro e Paulo

Carta de Repúdio
07/03/2010 Divulguem ao máximo
Nós, Conselheiras e Conselheiros do Conselho Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - CNPIR vimos através desta, repudiar a opinião expressada pelo excelentíssimo senador da república sr. Demóstenes Torres, Presidente da Comissão de Constituição Justiça e Cidadania do Senado Federal, no seu pronunciamento durante a Audiência Pública no Supremo Tribunal Federal do Brasil (STF), no dia 03 de Março de 2010, que analisava o recurso instituído pelo Partido Democratas contra as Cotas para Negros na Universidade de Brasília.
Na oportunidade o mesmo afirmou que: as mulheres negras não foram vítimas dos abusos sexuais, dos estupros cometidos pelos Senhores de Escravos e, que houve sim consentimento por parte destas mulheres. Na sua opinião: Tudo era consensual!. O excelentíssimo senador da república Demóstenes Torres, continua sua fala descartando a possibilidade da violência física e sexual vivida por negras africanas neste período supracitado. Relembra-nos a frase: Estupra, mas não mata!!!.
O excelentíssimo senador Demóstenes aprofunda mais ainda seu discurso machista e racista, quando afirma que as mulheres negras usam de um discurso vitimizado ao afirmarem que são as vítimas diretas dos maus tratos e discriminações no que se refere ao atendimento destas na saúde pública. Que as pesquisas apresentadas para justificar a necessidade de políticas públicas específicas, são duvidosas e que nem sempre são confiáveis, pois podem ser burladas e conter números falsos.
Enquanto o estado brasileiro reconhece a situação de violência física e sexual sofrida pelas mulheres brasileiras, criando mecanismos de proteção como a Lei Maria da Penha, quando neste ano comemoramos 100 anos do Dia Internacional da Mulher, o excelentíssimo senador, vem na contramão da história e dos fatos expressando o mais refinado preconceito, machismo e racismo incrustado na sociedade brasileira.
Por isso, vimos através desta carta ao Povo Brasileiro repudiar a atitude do excelentíssimo senador Demóstenes Torres.
Ao tempo em que resgatamos a dignidade das mulheres negras e indígenas, que durante a formação desta grande nação, foram SIM abusadas, foram SIM estupradas, foram SIM torturadas, foram SIM violentadas em seu físico e sua dignidade. Aos filhos dos seus algozes, o leite do seu peito, aos seus filhos, o chicote. Não nos curvaremos ao discurso machista e racista do Senador! É inaceitável, que o pensamento dos Senhores de Engenho se expresse em atitudes no Parlamento Brasileiro.

Brasília, 05 de Março de 2010.

Escrito por Marcos Benedito (editor) às 15h00
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Debate no STF revela a fragilidade dos opositores às políticas de combate as desigualdades raciais
A audiência pública convocada e coordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, ajudou a explicitar quais são os argumentos infundados que sustentam a posição dos opositores de políticas de ações afirmativas e políticas públicas e que insistem em eternizar as desigualdades raciais no Brasil.
A audiência realizada no STF entre os dias 03 a 05 de março vai subsidiar os ministros do Supremo no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 186) apresentada pelo partido Democratas contra o sistema de cotas raciais da Universidade de Brasília (UnB), e o Recurso Extraordinário interposto por um estudante que se sentiu prejudicado pelo sistema de cotas adotado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O ministro Ricardo Lewandowski é o relator da ação. Foram três dias onde intelectuais, professores, alunos, militantes do movimento negro e social e outras pessoas que foram selecionadas pelo próprio ministro ocuparam a tribuna do STF para manifestarem as suas opiniões em torno da política de cotas nas universidades.
Vitória inquestionável dos defensores das cotas
Sem argumentos convincentes, a grande maioria dos opositores, apelou para a desqualificaçã o das pesquisas que apontam a desigualdade profunda entre negros e não negros.
O fato mais lamentável se deu logo no primeiro dia, quando o senador da república, Demóstenes Torres do partido Democratas, afirmou que grande parte dos estupros ocorridos no período escravocrata teria acontecido com o consentimento das mulheres escravizadas. Este fato provocou inclusive uma indignação muito forte das entidades do movimento negro, sociedade civil e movimento sindical presentes no debate.
Podemos concluir que aqueles que defendem o "status quo", ou seja; permanência da profunda desigualdade social na sociedade brasileira, amargaram uma derrota histórica na maior instância jurídica do pais. Resta agora aguardarmos a decisão da suprema corte, sabendo que a força das idéias venceu a força da violência racista que continua impregnada nas mentes e corações de uma elite branca que insiste em utilizar argumentos anacrônicos para defenderem os seus privilégios. Vamos nos preparar agora para a próxima batalha, a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial. Com certeza estes mesmos personagens de uma "velha opinião formada sobre tudo" como diria o poeta estarão novamente erguendo as suas barricadas do retrocesso.

Marcos Benedito
Coletivo de Raça da CUT/SP
Membro do Conselho da (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (CONTRAF/CUT) .
Representante da CUT no Conselho Nacional da Igualdade Racial (CNPIR).

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Desvendar o mito por trás da polêmica das cotas raciais

Por Luciana Araujo
Em março deste ano o Supremo Tribunal Federal reacendeu a discussão sobre a justeza da reserva de vagas nas universidades brasileiras para estudantes negros, afrodescendentes ou indígenas - as chamadas cotas raciais – ao realizar, na primeira semana do mês de março, audiência pública prévia ao julgamento da ação impetrada pelo DEM contra a Universidade de Brasília.
O evento serviu ao menos para por a nu as reais motivações e objetivos dos DEMOcratas (ex-Arena e ex-PFL). Especialmente esclarecedora foi a declaração do senador Demóstenes Torres, digna de um senhor de engenho. Para ele, as políticas de reparação não se justificam porque a “exportação” de pessoas para o mercado negreiro teria incentivado a economia africana – logo a escravidão seria responsabilidade dos negros. O senador goiano foi além e acusou as mulheres escravizadas de serem coniventes e permissivas com os estupros sofridos.
A advogada dos DEMOcratas, Roberta Kauffmann, ex-pupila do presidente do STF, o ministro Gilmar Mendes – que foi seu orientador durante o mestrado sobre as políticas afirmativas na universidade brasileira - alegou ainda que não se pode estabelecer um processo de “racialização do país, com a segregação de direitos com base na cor da pele”.
A postura dos dois senhores acima mencionados evidencia o grau de reacionarismo e o forte racismo ainda arraigado na sociedade brasileira. É o que explica porque, mais de um século após o 13 de maio de 1888, no Brasil ainda se contrata pessoas pelo critério da “boa aparência”. Ou porque os negros recebem até 90% menos que os trabalhadores brancos para desenvolver a mesma função e são 73% dos 10% mais pobres do país. Ou, ainda, porque um jovem negro em nosso país tem quatro vezes mais chances de morrer assassinado que um menino branco. E porque nas universidades públicas brasileiras apenas 23% dos estudantes são negros (na USP, esse percentual cai para 2%).
Os dados jogam por terra o mito da “democracia racial”. Basta voltar os olhos para as favelas e periferias de nosso país – carentes de quaisquer políticas de garantia de infra-estrutura e onde o único braço do Estado que chega é o da repressão - para perceber que a pobreza no Brasil tem cor.
Essa realidade é resultado dos 358 anos de regime escravocrata no país e pela forma como se deu a abolição até hoje inconclusa. No longínquo 13 de maio, milhares de homens, mulheres, jovens e crianças foram jogados à própria sorte como se o Estado não tivesse nenhuma responsabilidade pelo fato deles terem sido seqüestrados de sua terra natal e mantidos confinados como animais durante quase meio século.
O descompromisso histórico do Estado brasileiro com os negros e as negras no país é também uma forma de perpetuação do preconceito e do racismo. Desde os tempos do regime escravista, direitos básicos são negados aos negros – assim como aos indígenas – em nosso país. É responsabilidade desse Estado reparar a distinção incentivada e patrocinada pelas instituições que fundaram as bases sócio-econômicas e políticas de nosso país.
As ações afirmativas por si só não asseguram o fim da descriminação racial, mas são um elemento concreto de reconhecimento da responsabilidade do Estado pela realidade em que vivemos. O racismo continuará existindo enquanto vivermos sob a égide do capital – que a tudo mercantiliza e se utiliza da opressão, especialmente de gênero e etnia – para legitimar a propriedade e potencializar os lucros de uns poucos ao custo das vidas de milhares. É um subproduto e uma necessidade do capital.
Mas essa realidade não anula o fato de que é devida a nós negros a reparação pela chaga escravista de quase quatro séculos da história brasileira. Enquanto isso não ocorrer, o “não racismo” nacional continuará reservando aos negros a triste representação recentemente exibida na novela ‘Viver a Vida’, da Rede Globo. Na trama, uma mulher negra até galgou o posto de protagonista, mas o enredo a fez submeter-se a ajoelhar diante de outra mulher, branca, para receber uma bofetada e ainda pedir desculpas.
Não foi à toa também que o Estatuto da Igualdade Racial recentemente aprovado no Congresso Nacional foi mitigado, retirando-se do texto as reivindicações mais profundas dos movimentos sociais que lutam contra o racismo.
E também não é uma coincidência que foram os mesmos DEMOcratas que pediram a instauração da CPMI no Congresso Nacional para criminalizar o MST. Esses são exemplos da ação organizada da burguesia brasileira, de uma elite branca e racista que controla o país e impõe, pela via da força quando necessário, sua visão de mundo. E, a julgar pela composição da mais alta corte do país – que ao longo de seus 120 anos de existência sempre atendeu aos anseios da elite que a instituiu – o processo de reparação pelos efeitos da escravidão está ameaçado de um novo retrocesso.
É fundamental a ampliação deste debate para o conjunto da sociedade brasileira e a organização de uma grande campanha em defesa das cotas raciais, bem como para que sejam assegurados os investimentos necessários à ampliação de vagas nas instituições públicas de ensino superior, para efetivar o direito de ingresso de filhos da classe trabalhadora nas universidades brasileiras. As cotas não são uma benesse do Estado aos negros e indígenas, mas o início do pagamento de uma dívida que já dura 510 anos.

Luciana Araujo é jornalista

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domingo, 27 de junho de 2010

O nascimento da Altercom
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Por Venício A. de Lima
Por não terem seus interesses representados ou defendidos na atuação das associações atualmente existentes, empresários e empreendedores de mídia – revistas, jornais, livros, sítios e blogs – iniciaram nas conferências estaduais preparatórias e ao longo da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), no final de 2009, entendimentos para a organização de uma entidade alternativa cujos objetivos e compromissos não são coincidentes com aqueles da grande mídia.

Agora, em seminário que contou com a presença de cerca de sessenta empresários e uma dezena de convidados especiais, realizado em São Paulo, no sábado (27/2), foi criada a Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores de Comunicação (Altercom). Uma Carta de Princípios e o estatuto da entidade estão sendo elaborados por uma comissão especial eleita no seminário e deverão ser divulgados em março.

Interesse de poucos

Na prática, as associações existentes, em particular a Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), embora se apresentem publicamente como representantes do conjunto de jornais, revistas e concessionários do serviço público de radiodifusão, têm atuado, sobretudo, na defesa dos velhos interesses dos poucos atores dominantes na mídia brasileira – vale dizer, das Organizações Globo, dos grupos Folha, Estado e Abril e de seus parceiros.

Há, no entanto, uma nova realidade no setor de mídia que está a emergir a cada dia. Atravessamos um período de crise profunda no campo da grande mídia que abarca mudanças tecnológicas, a emergência de uma nova mídia e de novos modelos de negócio, com repercussões e conseqüências ainda não apreendidas ou compreendidas em todas as suas dimensões.

A maior novidade, certamente, é o papel que a nova mídia já demonstrou ser capaz de desempenhar nos processos eleitorais. O que havia acontecido de forma relativamente menos acentuada nas eleições presidenciais brasileiras de 2006, ganhou uma dimensão inédita na eleição de Barack Obama nos EUA, em 2008. A grande mídia, por óbvio, continua relevante, mas não tem mais, nem de longe, a importância na formação da opinião pública que atribuíamos a ela em passado recente.
O surgimento de uma entidade alternativa, representando empresários e empreendedores de comunicação – a Altercom – é, certamente, uma das expressões dessa nova realidade.

Liberdade de expressão de quem?

Uma das principais bandeiras que tem servido de referência para a atuação das atuais associações é a defesa do que chamam de liberdade de expressão, associada, sem mais, à liberdade de imprensa. Na prática, a liberdade de expressão que tem sido defendida se limita, historicamente, à expressão daqueles poucos – pessoas e/ou interesses – que têm acesso à grande mídia.

C. Edwin Baker, especialista na Primeira Emenda da Constituição dos EUA e professor da University of Pennsylvania, em seu livro Media Concentration and Democracy – Why Ownership Matters (Concentração na Mídia e Democracia – Por que a propriedade é importante), publicado em 2007 pela Cambridge University Press, defende vigorosamente o princípio da máxima dispersão da propriedade (maximum dispersal of ownership) [ver, neste Observatório, "Pela máxima dispersão da propriedade").

Segundo ele, quanto maior for o número de "controladores" dos meios de comunicação, isto é, quanto mais estiver distribuído o poder de comunicar, melhor servida será a democracia. Na verdade, mais "controladores" significa a possibilidade do exercício da liberdade de expressão por um número maior de cidadãos.

O compromisso com a universalização da liberdade de expressão deverá ser uma das diferenças fundamentais na atuação da Altercom.

Novos públicos e o papel do Estado

Por outro lado, a Altercom deverá também atuar junto aos anunciantes públicos e privados, em importante trabalho educativo e de convencimento, sobre a crescente importância da nova mídia e/ou da mídia alternativa na formação de novos hábitos de "consumo" da própria mídia. Isso pode significar o surgimento de novos públicos "consumidores" e/ou o deslocamento/superposição de velhos e novos "consumidores" de comunicação.

Aqui há de se insistir no papel do Estado na regulação do mercado de mídia. Continua a existir, entre nós, uma evidente dificuldade na transição entre a defesa abstrata da liberdade de expressão e de sua efetivação através de medidas do Estado que promovam a democratização do direito de se comunicar. Prevalece ativa a ultrapassada posição do liberalismo clássico que considera o Estado sempre uma ameaça às liberdades individuais e não, muitas vezes, como promotor fundamental delas. Esse é o argumento do professor Owen Fiss, da Yale University, no seu fundamental e indispensável A Ironia da Liberdade de Expressão – Estado, Regulação e Diversidade na Esfera Pública (Editora Renovar, 2005).

Não é só no Brasil

Coincidentemente, enquanto a Altercom estava sendo criada no Brasil, nos Estados Unidos, o Media Consortium– a rede da "mídia progressista e independente" – promovia um encontro para discutir problemas e perspectivas, em Nova York, nos dias 25 e 26 de fevereiro.

Duas militantes da "mídia progressista e independente", Tracy Van Slyke e Jessica Clark, acabam de lançar pela New Press, o livro Beyond the Echo Chamber: Reshaping Politics Through Networked Progressive Media (Para além da caixa de ressonância: redesenhando a política através das redes progressistas de mídia), que faz uma avaliação otimista da nova mídia como alternativa à mídia tradicional e corporativa .

Como se vê, não é só entre nós que empresários e empreendedores da nova mídia se organizam e lutam para ter seu papel reconhecido e articular sua luta pelo direito à comunicação numa sociedade mais justa e democrática.

O que se espera é que iniciativas como a Altercom prossigam na trilha iniciada na 1ª. Confecom e sinalizem novos tempos e novos rumos para a universalização da liberdade de expressão por meio da verdadeira democratização do mercado de mídia em nosso país.

Venício A. de Lima é professor da UnB (Universidade de Brasília)

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sábado, 26 de junho de 2010

The yes men: a arte de dizer não aos abusos corporativos
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Por Silvio Mieli

Para salvar os recentes fóruns oficiais do completo marasmo e seguirem desmascarando a lógica neoliberal de forma sarcástica, a dupla de ativistas do The Yes Men, Jacques Servin e Igor Vamos (codinomes Andy Bichlbaum e Mike Bonanno), agitou Copenhagen e deu o ar de sua graça em Davos.

Ao longo de mais de dez anos de militância, os Yes Men já ridicularizaram a Organização Mundial do Comércio; desmoralizaram a Exxon e a Halliburton; lançaram um plano habitacional para os desabrigados do furacão Katrina; produziram uma edição falsa do NYT; provocaram uma baixa nas ações da gigante Dow, dentre outras pérolas do ativismo contemporâneo.

No front ambientalista, o coletivo focou no Canadá, que ocupa uma das piores posições entre os países signatários do Protocolo de Quioto e aumentou em quase 30% suas emissões de gases causadores do efeito estufa em relação a níveis de 1990. Um dos motivos é a extração de petróleo das imensas areias betuminosas na província de Alberta — cada barril de betume produz três vezes mais gases-estufa que um barril de petróleo convencional.

Com o objetivo declarado de denunciar os desmandos da política ambiental canadense, uma coalizão formada pelo The Yes Men e pela Action Aid International, forjou, em nome do ministério do meio ambiente do Canadá, uma proposta radical de corte de 40% nas emissões de carbono abaixo dos níveis de 1990 até 2020, além de um aporte de 13 bilhões de dólares para ajudar os países africanos na redução de emissões dos gases de efeito estufa. Os releases da proposta, lançados durante uma coletiva na Cúpula do Clima em Copenhague vinham assinados e timbrados com a chancela do governo do Canadá.

Os efeitos, inclusive midiáticos, daquilo que poderia ter sido verdadeiro, mas que na realidade não foi nem sequer cogitado oficialmente, enfureceu o primeiro-ministro canadense Stephen Harper, mas ajudou a expor as reais prioridades dos países ricos presentes na COP15.

Da Dinamarca para os Alpes suíços. Enquanto a 40ª edição do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, se arrastava da mesma forma previsível e melancólica, apenas com mornas medidas de controle financeiro para salvar o sistema capitalista, a dupla dinâmica do The Yes Men criava um site paralelo do Fórum. Na verdade é uma página falsa do Fórum de Davos (we-forum.org), onde celebridades globais, como que por encanto, assumem discursos progressistas.

A Rainha Elizabeth, por exemplo, aparece no site dizendo estar empenhada “na erradicação dos padrões colonialistas que continuam ainda hoje, e que só pioraram sob o regime neoliberal”. O ex-presidente estadunidense Bill Clinton, a chanceler da Alemanha Ângela Merkel, dentre outros, fazem coro à monarca, graças às dublagens perfeitas implantadas sobre os vídeos oficiais fornecidos pelo próprio Fórum de Davos.
Todo cartunista e caricaturista sabe que o exagero nas formas ajuda a penetrar mais profundamente na matéria. Entretanto, os Yes Men acrescentam à tradicional caricatura um raro oportunismo jornalístico, potencializado por um uso particularmente criativo da internet.

Não se limitam a reagir diante do descalabro capitalista. Criam um novo fluxo midiático a partir de uma performance ativa que, via de regra, utiliza as próprias armas do inimigo. O objetivo das ações é operar uma espécie de correção da realidade. Foi assim em sua ação mais ousada.

O 20º aniversário do desastre de Bhopal, na Índia, tinha tudo para cair no esquecimento. Entretanto, uma ação midiativista reverteu a situação e recolocou em pauta o maior desastre ambiental da história. Um produtor da BBC World, pesquisando a catástrofe, entrou no site DowEthics.com e, sem prestar atenção ao seu conteúdo, mandou no dia 29 de novembro de 2004 um e-mail, solicitando uma entrevista sobre a posição da Dow diante da tragédia ocorrida em 1984. O detalhe é que DowEthics.com não é o site oficial da companhia, mas um trabalho de hacktivismo do The Yes Men, que ao receber o pedido da BBC, decidiu levá-lo a sério. O coletivo solicitou que fosse agendada uma entrevista num estúdio em Paris, onde um “porta-voz” da empresa daria uma entrevista.

Com o nome fictício de Jude Finisterra, o “porta-voz” (interpretado por Andy Bichlbaum) falou à BBC World durante oito minutos para um público potencial de 300 milhões de espectadores. Finisterra foi peremptório ao afirmar que a Dow Chemical finalmente aceitava a responsabilidade total pelo desastre de Bhopal e anunciou um fundo de 12 bilhões de dólares para indenizações às vítimas. "Resolvemos liquidar a Union Carbide, este pesadelo para o mundo e esta dor de cabeça para a Dow. Vamos usar os 12 bilhões de dólares (obtidos) para dar mais de 500 dólares por vítima, que é o que elas têm recebido", explicou Finisterra. A notícia se espalhou rapidamente e as ações da Dow caíram 3,4% na bolsa de Frankfurt e 5 centavos de dólar na bolsa de Nova York.

As ações do coletivo são financiadas por uma rede de simpatizantes do mundo todo e por produções da própria dupla, como os dois filmes: The Yes Men (2004) e The Yes Men concertam o mundo (2009) — vencedor do Panorama Audience Award do Festival de Cinema de Berlim, em 2009. Neste último, dirigido pela dupla em colaboração com Kurt Engfehr (editor do cineasta Michael Moore), os ativistas reflerem sobre os desdobramentos das próprias operações, além de mostrarem os bastidores das recentes atividades do grupo, que registra tudo em vídeo.

Em New Orleans, por exemplo, Andy Bichlbaum fingiu ser Rene Oswin, secretário-adjunto do Ministro da Habitação do ainda presidente George Bush. O falso secretário apresentou-se numa conferência transmitida ao vivo pela CNN, e afirmou que a Exxon e a Shell investiriam 60 milhões de dólares na reconstrução dos bairros atingidos pelo furacão Katrina. Depois de serem desmascarados, os Yes Men organizaram um churrasco para comemorar os “novos planos do Ministério”. A população foi convidada e a mídia local rotulou de cruel e perversa a ousadia do coletivo de “brincar com coisas sérias”. Patricia Thomas, desabrigada e antiga moradora do bairro Lafitte, saiu em defesa da performance em resposta a uma repórter de TV. “Eu respeito esta brincadeira porque é exatamente o que precisava ser feito para que eles se interessassem pela nossa situação. Se é necessário pregar uma peça para que isso aconteça, então está ótimo. Agora me deixe comer o churrasco”, concluiu Patricia, despachando a repórter ao som de uma banda de jazz.

Silvio Mieli é jornalista e professor universitário

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domingo, 20 de junho de 2010

FIM DA GREVE DA UNEB!!!

Estudantada da Universidade do Estado da Bahia,

Depois da reitoria e das/dos diretoras (es) organizarem o batalhão ante greve e do circo armado pelo Governo do Estado a greve chegou ao fim!!!
Diante de tudo isso há quem comemore o fato de as Universidades Estaduais Baianas em especial a UNEB continuarem sendo precarizadas e sucateadas!!!
Há quem se contente com a ainda atual promessa do reitor reeleito - com o voto e a campanha do atual diretor e das/dos professoras Gianete, Maria Anália, Samuel, dentre outras (os) - de realização do concurso para sete professores.
A deflagração da greve foi suficiente para o nosso diretor reeleito ir à TV dizer que o governador está sensível às necessidades das UEBA's, que não havia necessidade de fazer greve. Como se estivesse dizendo que as/os professoras (es) que extrapolam sua carga horária, para que o Departamento de Ciências Humanas - Campus IX (Barreiras-Bahia) que ele se propõe a administrar, tenha as mínimas condições de funcionar com o ensino e que nós não fiquemos mais tempo ainda atrasado na formação, entraram em greve sem necessidade, por achar greve bonito, por não quererem trabalhar,...
Ainda, disse que a greve era docente e que as/os demais funcionárias (os) estariam trabalhando normalmente. Vale lembrar que essas/esses funcionárias (os) são as/os mesmas (os) que votaram fechado com o reitor e em sua grande maioria votaram no atual diretor. No período da greve docente todas (os) elas/eles estavam trabalhando?
Se você ou quem quer que seja entrar com um processo administrativo contra qualquer um delas (es) vocês acham que vai acontecer o que com as/os funcionarias (os) que votaram fechado no reitor e no atual diretor?
O atual diretor e reitor dão mais uma mostra do seu perfil político e modelo de gestão. "Gestores/administradores" auxiliares reciprocamente e ambos auxiliares do governador Wagner que empurra as UEBA's especialmente a UNEB para o brejo. Ambos se portam como administradores ou ajudantes da administrabilidade ou popularidade do governador. Foi para isso que eles foram eleitos?
Todas (os) as/os candidatas (os) a diretores que concorreram à reeleição foram reeleitas (os) com o mesmo discurso que ouvimos aqui em Barreiras - de avanços, de melhorias, de progressos,... - e com os diretores com o mesmo perfil e modelo de gestão. Gestores/administradores auxiliares/ajudantes/capachos, capatazes de um governo que quer é por fim a Educação Pública Superior.
Para quem acha que não há necessidade de greve e comemora o fim da mesma eis alguns questionamentos, fatos e declarações:
Para quem serão as sete vagas do concurso público prometido pelo atual reitor reeleito - com o voto e a campanha do atual diretor e das/dos professoras Gianete, Maria Anália, Samuel, dentre outras (os) - : Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Engenharia Agronômica, Letras, Matemática ou Pedagogia? Essas vagas resolvem o problema de um desses cursos?
Um governo que consegue a proeza de não revogar uma simples Lei a 7176, devolvendo assim a autonomia a Universidade;Que não realiza concurso público para professores e técnicos; Que paga os piores salários do Brasil para os professores; É um governo/governador sensível!!!
Frase de Jacques Wagner para Lourisvaldo Valentim e Joaquim Neto (para outros diretores também) que comprovam a sua sensibilidade: "O seu gestor cria o problema e depois o pepino é meu!"
Na UNEB- CAMPUS IX (Barreiras-Bahia) há um SUBSTITUTO DANDO AULA NA UNEB SEM TER FEITO SELEÇÃO PARA SER PROFESSOR, no curso de Ciências Contábéis, segundo informações oficiosas!
CONTINUA TUDO COMO DANTES NO CÉU DE ABRANTES!
Abaixo o documento da ADUNEB recusando o "termo de enrolação" do governo. As outras AD's Associação dos Docentes das outras três Universidades Estaduais assinaram. Elas não enfrentam o mesmo problema que nós enfrentamos pelo menos na mesma dimensão não! Não podemos compactuar com isto.

Apesar de tudo isso que vivenciamos, presenciamos e foi relatado acima, a assembléia manobrada pelo reitor e pelos diretores que foram tomar posse na UNEB em Salvador, ambos pressionados pelo Secretário de Educação decidiram suspender a greve. A reitoria e os diretores organizaram o batalhão ante greve.



Nada mais havendo a tratar despeço-me com um abraço todo cordial

Claudio Roberto de Jesus

Diretório Acadêmico de Pedagogia - DAPed (UNEB)
Partido Socialismo e Liberdade - PSOL/Barreiras

"É melhor ter o coração partido do que a alma vendida!!!" (Heloisa Helena Presidente Nacional do Partido Socialismo e Liberdade - PSOL)

"De que vale a/ao mulher/homem ganhar toda riqueza do mundo se ela/ele perde a sual alma, sua vida, seus sonhos, ideais, ideologias, horizontes,...?

sábado, 19 de junho de 2010

Termo de Compromisso do Magistério Superior rejeitado pela ADUNEB

Termo de Compromisso do Magistério Superior


A Coordenação do Sistema Estadual de Negociação Permanente – SENP, tendo em vista a pauta de reivindicações apresentada em 30 de abril de 2010 pelo Fórum de Reitores e Fórum das AD’S propõe:
1. Instalar a Mesa Setorial de Negociação do Magistério Superior em 10 de novembro de 2010;

2. Garantir a continuidade do processo de reestruturação das carreiras do magistério superior através da efetivação do processo de incorporação da Gratificação por Condições Especiais de Trabalho – CET, segundo cronograma a ser definido em processo de negociação quando da instalação da respectiva mesa setorial proposta no item 1, sendo o pagamento da primeira parcela efetuado até o mês de março de 2011, mediante encaminhamento e aprovação de Projeto de Lei específico à Assembléia Legislativa do Estado.

Salvador/Ba, 14 de junho de 2010

Adriano Tambone
Superintendente de RH da SAEB
Cláudia Macedo Cruz
Superintendente de RH da SEC
Luis Marcelo Versulotti
Diretor de Desenvolvimento de RH - SAEB
Clóvis Caribé M. Dos Santos
Coordenador de Desenvolvimento da Educação Superior

ADUNEB recusa o termo de enrolação do Governo Wagener (PT)

Salvador, 16 de junho de 2010.

À Coordenação do Fórum das Ad´s

C/C para ADUSC/ADUFS


Em reunião do comando de greve da ADUNEB nesta data, considerando as discussões realizadas na última reunião do Fórum, ocorrida no dia 13 de junho em Ilhéus, deliberou pelo seguinte:
1. O Termo de Compromisso proposto pelo governo não representa nenhum avanço político ao M.D. da UNEB e nem se constitui em um documento que possa ser considerado como proposta efetiva, haja vista que o governo mantém o discurso de que a negociação oficialmente só será instalada em 10 de novembro. Assim, não contribuiremos com qualquer alteração ao texto proposto.
2. Com base nesse entendimento coletivo (do comando de greve e diretoria) decidimos que o referido Termo, com ou sem alterações, não será assinado pela ADUNEB.
3. Desta forma, colocamos a nossa respeitosa posição de que o ofício encaminhando as alterações no referido Termo seja apresentado com as assinaturas da ADUSC, ADUFS e ADUSB.

Saudações Sindicais,

Comando de Greve/ADUNEB

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Por motivos alheios à minha vontade vou ter que dar uma interrompida na série de textos sobre a Festa do Divino Espírito Santo, muito embora essa Celebração da Festa do Divino Espírito Santo elaborada por mim também faça parte dos meus planos. Mas, ela não era para aparecer agora. Depois dou um jeito de organizar novamente!!!

Claudio Roberto de Jesus, Barreiras, 11 de junho de 2010 - Festa do Sagrado Coração de Jesus.

CELEBRAÇÃO DA FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

CANTINHO DO SENHOR DOS AFLITOS


Canto de Entronização do Cortejo:

Comentário: “Ninguém pode dizer ‘Jesus é o Senhor’ a não ser no Espírito Santo”(1Cor 12, 3) Cada vez que começamos a orar a Jesus, é o Espírito Santo, que por sua graça preveniente, nos atrai ao caminho da oração. Por isso refletir sobre o Espírito Santo é uma necessidade e um dever de toda (o) cristã (ao). Se Ele nos ensina a orar recordando-nos Cristo, como não orar a Ele mesmo? Desse modo a Igreja nos convida a implorar cada dia o Espírito Santo, sobretudo no inicio e no fim de toda ação importante.

Canto de Entrada:

Invocação da Santíssima Trindade:


Ato de Contrição: Caríssimas (os) irmãs (aos), o Senhor Jesus que nos alimenta com a Sua Palavra, nos chama à conversão. De coração contrito e humilde, aproximemo-nos no inicio desta celebração do Deus justo e santo, para que Ele tenha piedade de nós e peçamos a conversão do nosso coração, fonte de reconciliação e comunhão com Deus e com as/os irmãs (aos). Reconheçamos as nossas culpas. Em Jesus Cristo, o justo, que intercede por nós e nos reconcilia com o Pai, abramos o nosso espírito ao arrependimento para sermos menos indignos de aproximar-nos Dele.
Irmãs (aos) como filhas (os) imperfeitas (os) e pecadoras (es), peçamos perdão pelos nossos erros e falhas por pensamentos, atitudes, omissões e ações indignas à vontade do Pai; pela nossa falta de coragem em evangelizar. Peçamos perdão quando não ajudamos nossas (os) irmãs (aos) e amigas (os) que necessitam da nossa força.

Canto de Perdão:

Oremos: Divino Salvador, manso e humilde de coração, abençoai-nos nesta caminhada à paz eterna. Vós que sois Todo Poderoso, porque sois rápido para amar e cheio de bondade, compaixão, misericórdia e ternura, não nos deixe praticar o mal contra nosso semelhante e contra nosso Pai, perdoe os nossos pecados e nos conduza á vida eterna.

Hino de Louvor: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados”. Irmãs e irmãos numa explosão de alegria cantemos o glória em ação de graças pelo perdão recebido e por todos os benefícios que temos recebido.

Oração ao Divino Espírito Santo: Veni Creator Spiritus (Vem Espírito Criador)

Vem, Espírito Criador
Visita as mentes dos teus
E os corações que criaste
Enche da graça dos céus.

Tu és chamado Paráclito,
Do excelso Deus doação
Fonte viva, caridade,
Fogo, espiritual unção.

Tu com os sete dons,
Dedo da destra Paterna,
Do Pai solene promessa
Dás força de voz superna.
Nos sentidos espalhas a luz
E no peito infundes amor
Alentando o corpo tão frágil
Com poder o teu perene vigor.

Mostra quem seja o pai,
O Filho também conheçamos
Em Ti, Espírito de ambos
Em todo o tempo creiamos.

A Deus o Pai se dê glória
E ao Filho á vida tornado
E a Ti, Espírito Consolador
Louvor sem fim seja dado.
Amém.

Canto para ouvirmos a Palavra de Deus: No evangelho Jesus vê uma grande multidão, dela se compadece e começa a ensinar muitas coisas para ela. Ainda hoje Jesus nos ensina muitas coisas. Com muita fé e alegria no coração aclamemos o santo evangelho.

Reflexão:

Oração da Comunidade:

Oração do Senhor dos Aflitos: Senhor dos aflitos, eis-me aqui diante de Vossa sagrada imagem e divina presença. Com o coração cheio de fé e contrição, venho agradecer as graças que em minhas aflições me concedestes. Eu vos peço Senhor dos Aflitos, Vós que sois um Senhor de muita Bondade, Compaixão, Luz, Misericórdia e Ternura, que não afasteis de mim, de meus familiares, amigas (os), inimigas (os), benfeitores e de todas as pessoas que nos pediram oração ou por quem somos obrigados a orar o Vosso olhar solícito de Bondade, Compaixão, Misericórdia e Ternura nas nossas aflições, dores e em nossas necessidades espirituais, familiares, financeiras, físicas, temporais e eternas. Sois Vós a nossa alegria, o nosso amparo, o companheiro inseparável e o nosso defensor. Por isso obrigada (o) por tudo e por todas (os). Abençoai-nos, Senhor dos Aflitos. Assim seja.

Canto para Oferendas: Tudo é do Pai! Se somos fracas (os) e pecadoras (es), bem mais forte é o nosso Senhor! Façamos a nossa oferta ao Pai por meio, com, no Coração Imaculado de Maria e na unidade do Espírito Santo em ação de graças por todos os benefícios que Ele nos tem feito e em reparação às ofensas feitas ao Imaculado Coração de Maria.
Com Jesus ofereçamos também por meio, com e no Coração Imaculado de Maria a nossa pessoa e apresentemos o nosso coração, com tudo o que somos e temos. Supliquemos a Ele que nos purifique por meio do Espírito Santo de tudo aquilo que possa desagradá-Lo e que Ele nos faça por meio do Seu Espírito vítima agradável aos olhos do Pai.

Oremos: Receba Senhor por meio, com e no Coração Imaculado de Maria, tudo aquilo que Vós tem nos dado até aqui. Senhor, essa é apenas uma parte muito pouca de tudo aquilo que vós mereceis. Recebe, Senhor, também nossos agradecimentos pela nossa saúde, pela nossa vida e pela nossa comunidade. Assim Seja.

Ladainha do Espírito Santo:

V/ Senhor, tende piedade de nós.
R/ Senhor, tende piedade de nós.
V/ Jesus Cristo, tende piedade de nós.
R/ Jesus Cristo, tende piedade de nós.
V/ Senhor, tende piedade de nós.
R/ Senhor, tende piedade de nós.
V/ Jesus Cristo, ouvi-nos.
R/ Jesus Cristo, ouvi-nos.
V/ Jesus Cristo, atendei-nos.
R/ Jesus Cristo, atendei-nos.
Pai celeste, que sois Deus. Tende piedade de nós.
Filho, Redentor do mundo que sois Deus. Tende piedade de nós.
Santíssima Trindade que sois Deus. Tende piedade de nós.
Espírito que procedeis do Pai e do Filho. Tende piedade de nós.
Espírito do Senhor que no inicio da criação, pairando sobre as águas, as tornastes fecundas. Tende piedade de nós.
Espírito, sob cuja inspiração falaram os santos de Deus. Tende piedade de nós.
Espírito, cuja unção nos ensina tudo. Tende piedade de nós.
Espírito, que rendeis testemunho de Jesus Cristo. Tende piedade de nós.
Espírito, que descestes sobre Maria. Tende piedade de nós.
Espírito do Senhor, que encheis toda a terra. Tende piedade de nós.
Espírito de Deus, que estais em nós. Tende piedade de nós.
Espírito de sabedoria e de inteligência. Tende piedade de nós.
Espírito de conselho e de força. Tende piedade de nós.
Espírito de Ciência e piedade. Tende piedade de nós.
Espírito de graça e de misericórdia. Tende piedade de nós.
Espírito de virtude, dileção e sobriedade. Tende piedade de nós.
Espírito de fé, esperança, amor e paz. Tende piedade de nós.
Espírito de humildade e de castidade. Tende piedade de nós.
Espírito de bondade e de doçura. Tende piedade de nós.
Espírito de todas as formas de graça. Tende piedade de nós.
Espírito que perscrutais os segredos de Deus. Tende piedade de nós.
Espírito, que rogais por nós com suplicas inenarráveis. Tende piedade de nós.
Espírito, que descestes sobre Jesus na forma de pomba. Tende piedade de nós.
Espírito, por quem recebemos novo nascimento. Tende piedade de nós.
Espírito, que encheis os corações de caridade. Tende piedade de nós.
Espírito de adoção dos filhos de Deus. Tende piedade de nós.
Espírito, que aparecestes sobre os discípulos sob a forma de línguas de fogo. Tende piedade de nós.
Espírito, de que foram cheios os Apóstolos. Tende piedade de nós.
Espírito, que dais a cada qual segundo a vossa vontade. Tende piedade de nós.

V/ Sede-nos propício.
R/ Perdoai-nos, Senhor.
V/ Sede-nos propício.
R/ Ouvi-nos, Senhor.

De todo o mal. Livra-nos, Senhor.
De todo o pecado. Livra-nos, Senhor.
Das tentações e insídias do demônio. Livra-nos, Senhor.
De toda a presunção e desesperação. Livra-nos, Senhor.
Da resistência à verdade. Livra-nos, Senhor.
Da obstinação e impenitência. Livra-nos, Senhor.
Da impureza da mente e do corpo. Livra-nos, Senhor.
Do espírito de fornicação. Livra-nos, Senhor.
De todo o mau espírito. Livra-nos, Senhor.
Porque procedeis do Pai e do Filho. Livra-nos, Senhor.
Pela concepção de Jesus Cristo. Livra-nos, Senhor.
Pela descida sobre Jesus Cristo no Jordão. Livra-nos, Senhor.
Pela vossa descida sobre os discípulos. Livra-nos, Senhor.

No grande dia do juízo, ainda que pecadores. Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que, vivendo pelo Espírito, operemos pelo Espírito. Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que nos lembremos de que somos templo do Espírito Santo e não o profanemos. Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que, vivendo segundo o Espírito, não insistamos em satisfazer os desejos da carne. Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que não vos contristemos, Espírito Santo de Deus. Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que sejamos solícitos em conservar a unidade do Espírito, sendo esta o laço da paz. Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que não acreditemos facilmente em todo espírito. Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que verifiquemos se o Espírito é de Deus. Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que vos digneis renovar em nós a retidão do Espírito. Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que nos confirmeis no vosso Espírito. Vos rogamos, ouvi-nos.

V/ Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo.
R/ Perdoai-nos, senhor.
V/ Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo.
R/ Ouvi-nos, senhor.
V/ Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo.
R/ Tende piedade de nós, Senhor.
V/ Enviai o vosso Espírito e tudo será criado.
R/ E renovareis a face da terra.

OREMOS
Nós vos suplicamos, Senhor, que nos assista a virtude do vosso Espírito Santo para que, purificando pela sua misericórdia as manchas do nosso coração, nos preserve de todo o mal. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Pai Nosso e uma Ave Maria

Canto de Paz:

Meditação/recolhimento interior:

Canto Final: (Senhor dos Aflitos)

Agradecimentos

Sorteio